sexta-feira, 1 de abril de 2011

A visita de padre Borges as Fazenda do Barão Manolo e Hermes.

Serra da Paixão 6º Capitulo.

-         Papai! Os pássaros meu pai são bonitos e livres!
-         Tonhá o almoço sai ou não sai?
-         Está quase pronto Barão.
-         Bem estou aguardando na sala e você Marta a cozinha não e o seu lugar venha para sala aguarda junto com seus irmãos.
-         Sim senhor.
Assustada pela incerta de seu pai Marta vai para a sala, na sala Maciel e Leonardo aguardam na mesa, o Capitão Rubens acaba de chegar e cumprimenta a todos.
-         O que houve Marta parece que viu fantasma?
-         Não meu irmão eu estou bem. Como foi a missa?
-         Boa a um padre novo na cidade padre Borges.
-         Então ele deve vir conhecer a fazenda?
-         Acredito que sim meu pai.
-         Marta amanhã eu colocarei a nova ajudante de Tonhá e sua nova mucama dentro da casa, vou trazer algumas para você dar uma olhada, Tonhá não está dando conta da cozinha mais sozinha.
-         Sim meu pai eu farei a escolha certa.
-         Rubens por que demorou tanto?
-         Encontrei um amigo e ficamos proseando um pouco.
-         Encontrou o Doutor Brás?
-         Sim meu pai ele estava lá.
-         Não comentou se não havia encomenda para mim.
-         Não senhor nada o comentou foi à casa do senhor Antonio eu fiquei fazendo companhia para Maria.
Enquanto os dois conversam inhá Tonhá entra com o almoço e coloca a mesa, o leitão enfeita o centro da mesa fazendo um belo convite a se servi, dona Rosa servi Maciel e todos aguardam a oração do Senhor Manolo.
-         Senhor Deus nós te agradecemos pelo alimento que o Senhor tem nos concedido e que ele nunca falte em nossa mesa.
Antes que ele termine a oração o amém vem da porta em alta voz.
-         Amém que Deus lhe abençoe.
-         Padre Martins!
-         E padre Borges também.
-         Sente-se fiquem a vontade sirvam-se.
-         Muito agradecido Barão.
-         Mais como conseguiram chegar tão rápido na fazenda?
-         Saímos assim que acabou a missa.
-         Mais o que o traz os nossos padres a essa humilde fazenda?
-         O bom cheiro dessa deliciosa comida e para lhe apresentar o novo padre da cidade, levando em conta que o Barão não estava na santa missa de hoje.
-         Rubens foi representar a família, pois tínhamos uns afazeres na fazenda.
-         Bom, vamos comer depois conversamos.
Logo depois do almoço Barão Manolo serve aos padres uma taça de vinho e ai a conversa se estende.
-         O padre Borges vem de onde?
-         Venho de Portugal.
-         Está gostando de Resende?
-         Sim me parece ser uma cidade pacata sem muita confusão, e todos se conhecem.
O barão costuma ir às missas?
-         Sim senhor, eu sou católico e acredito muito em Deus, e sou um colaborador muito generoso e procuro ensinar isso para meus filhos.
-         Faz bem barão, o clero não e simpatizante daqueles que não leva a sério à religião. Eu fiquei sabendo que o senhor tem uma senzala aqui na fazenda?
-         Tenho sim senhor. E por que a curiosidade?
-         E que eu tive informações que nessas senzalas são oferecidos cultos pagãos e a rodas de capoeira.
-         Não aqui na minha fazenda.
-         Eu não falei aqui, mais não custa nada dar uma olhada.
-         Esteja à vontade não temos nada a esconder.
-         Certamente estarei à vontade e peço que não se ofenda.
-         Deixaremos a tal visita para outra ocasião. Não e padre Borges?
-         Sim padre Martins, para outra ocasião.
-         E você Capitão Rubens atendeu ao pedido do velho padre Martins e foi à missa.
-         Sim padre Martins e estarei lá na próxima.
-         Bom, eu e Deus estaremos lhe esperando. A prosa está boa mais temos que ir. Ainda temos que passar na fazenda de Hermes para apresentá-lo ao padre Borges.
-         E quem sabe pegar uma merenda da tarde?
-         Leonardo se comporte!
-         E estou brincando papai.
-         Cuidado com suas brincadeiras meu filho Deus está vendo tudo.
-         Sim senhor padre Martins.
-         Bem estamos partindo, até logo e que Deus lhe abençoe.
-         Até logo padres.
Os padres tomam distancia da fazenda de Barão Manolo, saem em direção à fazenda de Hermes, o Barão Manolo irritado fala aos filhos.
-         Esse padreco e mesmo um impertinente, como ousa falar assim da minha fazenda após ter se assentado a minha mesa.
-         Eu também achei meu pai. E você Rubens?
-         Eu prefiro não comentar nada já que os culpados pelos negros fazerem cultos pagãos são o próprio clero e a sociedade que não deixam os negros entrarem nas igrejas.
-         E só o que me faltava Rubens um negro dentro da igreja.
-         E por que não meu pai? São pessoas são humanos e um dia todos serão livres e terão o direito igual dos homens brancos.
-         Cale-se Rubens você está delirando, onde você pensa que esses negros terão alguma chance dentro da sociedade, só você com estás idéias abolicionistas, vá para o seu quarto sonhar esse sonho impossível.
-         Eu disse ao senhor que ele era mais um desses Republicanos abolicionistas.
-         E Leonardo você tinha razão.
O Capitão Rubens aborrecido com a prosa vai para o seu quarto, onde limpa a sua arma e aproveita para tirar um cochilo.
No outro lado os padres Martins e Borges chegam à fazenda de Hermes que está na varanda olhando a chegada dos dois.
-         Mais está ai velho cristão que não tem comparecido a missas.
-         Sua benção padre Martins.
-         Que Deus lhe abençoe Hermes e perdoe suas faltas.
-         Mais que bons ventos te trazem aqui há muito tempo não aparece, vamos entrar.
-         Muito agradecida Hermes, mais cadê sua mãe e onde está Joana?
-         Mamãe foi ao pomar colher laranja Joana deve estar no quarto, não há muito a se fazer no dia de hoje a não ser descansar.
-         Bom você já conhece o padre Borges?
-         Não, muito honrado com sua presença em meu lar.
-         Muito agradecido
-         Os padres aceitam um café?
-         Sim vamos aceitar Hermes.
-         Eu vou providenciar.
Enquanto os padres aguardam o café entra na sala uma linda mulher, cabelos longos olhos negros como duas jabuticabas seu perfume como de uma rosa invade a sala perfumando o ambiente.
-         Olá Joana como vai?
-         Sua benção padre Martins.
-         Acordamos-te?
-         Não senhor eu estava só arrumar um vestido dentro do baú.
-         Esse o padre Borges ele me ajudara na igreja da cidade.
-         Eu o vi hoje na igreja, mais tão novo já padre!
-         E eu entrei para o convento muito jovem a padres mais novo do que eu.
-         Bem quem recebeu os senhores?
-         Teu primo Hermes, ele foi providenciar um café.
-         A senhora está de preto representa algo?
-         Sim o luto de meu falecido marido ele morreu há seis anos.
-         Mais porque guarda o luto por tanto tempo já que e tão nova?
-         E ainda não o esqueci, mais não pretendo ficar de luto a vida toda e digo ainda que o povo dessa cidade fale de mais da vida dos outros.
A entrada de Dona Augusta interrompe a conversa de Joana e padre Borges com uma grande cesta nas mãos ela chega à sala onde ela cumprimenta aos santos padres.
-         Sua benção padre Martins.
-         Deus lhe abençoe irmã Augusta.
-         Mais o que o traz aqui em minha fazenda?
-         Estou visitando e apresentando ao padre Borges aqueles que hoje não estiveram em nossa igreja para missa.
-         Perdão padre Martins mais hoje eu fiquei aguardando Hermes até tarde da noite e não acordei a tempo para ir à missa.
-         Eu estranhei irmã Augusta eu sei que a senhora não falta nossas missas matutinas.
-         E verdade e esse rapaz que e?
-         E o novo padre que chegou para me ajudar na reforma da paróquia.
-         Muito prazer padre.
-         Borges dona Augusta.
-         Mais tão novo já foi ordenado padre.
-         Trabalho desde cedo na obra do Deus e me coloquei a disposição da sua vontade.
-         Bem então que ele lhe abençoe e sua decisão, mais cadê o café para as nossas visitas?
-         Hermes já foi providenciar tia.
-         Bom vocês já estão acomodados eu peço licença vou até a cozinha guarda essas frutas que acabei de colher no pomar. 
-         São belas frutas essas a terra da cidade e bastante produtiva?
-         Bem e um pomar muito bom, temos muita variedade de frutas.
-         Se o padre quiser Joana pode levá-lo até lá.
-         Eu ficaria muito contente em conhecer.
-         Bem eu como já conheço fico aqui conversando com Hermes e com a Dona Augusta.
-         Assim seja padre Martins.
-         Então vamos padre Borges?
-         Sim Joana. Vamos?
Os dois seguem em destino ao pomar o padre comenta a beleza desse lugar. Na chegada Joana mostra as variedades de frutos existente no pomar param em frente de uma arvore.
-         Que fruta e essa?
-         E carambola, e doce como um beijo experimente padre.
-         Boa muito boa.
-         E não e doce como um beijo?
-         Não sei eu nunca beijei ninguém.
-         Nunca. E nunca teve vontade?
-         Bem como eu disse, eu entrei para o convento muito novo, mais se a fruta tem gosto de beijo o beijo deve ser muito bom.
-         E o senhor e português?
-         Sim nasci na cidade de Lisboa com 13 anos entrei no convento e aqui estou.
-         Mais porque optou para vir para o Brasil?
-         Não foi bem uma opção mais eu quero ser muito útil por aqui.
-         Espero que seja padre.
-         Vamos voltar? O café irá esfriar, eu já vi o bastante.
-         Claro padre e quando o senhor quiser alguma fruta já sabe onde encontrar.
Mais alguns passos e logo estão de volta o padre ainda traz uma carambola nas mãos, os dois entram na sala a onde o café está sendo servindo, Dona Augusta serve lhe o café e Hermes puxa uma cadeira para que o padre se sente, a recusa do padre e imediata.
-         Acredito que esteja na nossa hora.
-         Mais tanta pressa por quê?
-         Temos as orações da noite ainda e não queremos nos atrasar. Certo padre Martins?
-         Claro que sim, já estamos de saída, espero que vocês apareçam na missa.
-         Padre eu vou á casa de Maria e dela iremos à igreja.
-         Estarei aguardando vocês lá.
-         Dona Augusta e Joana quando quiserem também apareçam.
-         Sim senhor padre Martins nós iremos.
-         Até logo, Muito agradecido pelo o café e que Deus lhe abençoe.
Amém padre apareça quando quiser.

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