O vento forte balança o sino da Igreja e a chuva fina agora cai forte sobre o rosto de seu Credencio nas ruas da cidade ninguém se atreve a transitar. Dim dom, Dim. dom, o sino perturba o sono dos padres que conversão na sacristia.
- Com está chuva eu quero ver se a taberna daquele baderneiro vai abrir.
- Ninguém se atreveria sair nesta chuva Padre Martins.
- Você quer um café Borges?
- Sim aceito e bom para quebrar um pouco dessa friagem.
Os dois padres servem-se do café que acabara de ser feito pelo padre Martins, mais antes que comecem a beber são interrompidos por batidas na porta da igreja.
- Mais quem será uma hora dessas?
- Vamos ver quem bate Borges ai teremos a resposta.
Os padres seguem em direção a porta onde as batidas são cada vez mais fortes, antes de retirar a madeira transversal que serve de tranca padre Martins pergunta que está a bater.
- Sou eu Miguel Brás.
- Miguelzinho meu filho, calma já estou abrindo a porta.
- Sua benção padre Martins.
- Que Deus lhe abençoe.
- Estava vindo do Rio de Janeiro para cá mais está chuva forte não me deixara chegar até a fazenda os sinos da igreja me chamaram atenção e pensei se poderia repousar está noite por aqui.
- Claro meu filho, Deus não lança fora àquele que vem a ele meu jovem.
- Muito agradecido padre Martins a chuva e muito forte, antes vou procurar um lugar para abrigar minha montaria.
- A um pequeno estábulo no fundo da igreja onde está a minha velha mula, eu tenho certeza que ela não vai se incomodar com a visita.
O jovem Miguel corre para trás da igreja para acomodar seu cavalo no pequeno estabulo, retira a sela do animal e a coloca em canto, em pouco tempo está de volta à porta da igreja onde o aguarda o padre Martins e padre Borges.
- Entre Miguel eu vou arrumar algo para se enxugar aproveite, pois acabamos de passar um café e pão no sexto, esse e o padre Borges fique proseando com ele enquanto isso.
- E um prazer padre.
- E o que você estava fazendo no Rio de Janeiro meu jovem?
- Estava estudando terminei meu curso a mais ou menos dois meses.
- E o que estudava?
- Medicina, eu sou filho do doutor Brás e influenciado pelo meu pai fui estudar na capital.
- E o doutor Rodrigues Alvarenga ainda e chefe da clinica médica?
- Sim ele ainda está lá o senhor o conhece?
- Apesar da pouca idade eu conheço algumas pessoas, e agora vai ajudar seu pai aqui em Resende.
- Não tenho a experiência de meu pai, mais trabalhando junto com ele tenho certeza que vou adquiri-la.
- Com certeza que vai afinal você tem a teoria mais a pratica só e adquirida no dia a dia.
- O senhor não está aqui há muito tempo?
- Cheguei há pouco tempo, mas já conheço seu pai eles vieram à missa de domingo.
- Eles são muito religiosos.
- E você não?
- Não tanto quanto eles, mas tenho me esforçado bastante.
- Bem isso foi o que eu consegui arrumar para você se secar.
- Está muito bom padre Martins.
- Agora se seque para não ficar resfriado.
- E quais são a novidades além da chegada de padre Borges?
- Algumas meu jovem, o filho do Barão Manolo voltou da guerra e sua filha irá ficar noiva amanhã terá uma grande festa na fazenda Meriza, aos poucos os filhos de Resende estão voltando.
- Que bom saber que Rubens voltou, eu estava com muitas saudades da minha família de Resende e dos velhos amigos.
- Beba o café Miguel amanhã você terá tempo bastante de matar está saudade.
O assunto se estende pela noite o sino ainda bate pelo vento que sopra cada vez mais forte a chuva traz o cheiro da terra molhada, na sala da casa grande da fazenda Meriza a família do Barão está reunida menos Marta que esta no seu quarto arrumando o seu vestido junto com Inhá Tonhá.
- Amanhã será o grande dia minha menina, mas tem alguma coisa preocupando a sinhazinha?
- Tem sim Tonha eu tenho que arrumar um jeito te trazer Zâmbia para ver a sua mãe.
- A sinhazinha não deve fazer parte nesse assunto.
- Mas eu já sou parte nesse assunto Tonhá, hoje eu fui até cafezal para falar com a negra Geruza.
- Mas sinhá se teu pai pega vosmecê no cafezal!
- Eu precisava ir até lá eu prometi a Zâmbia que eu iria ajudá-lo.
- Mas o que a sinhazinha vai fazer?
- Eu ainda não sei, mas até amanhã eu vou pensar em alguma coisa.
- Não sei não sinhá se eu fosse vosmecê deixa esse mulato de lado.
- Deixa de ser pessimista Tonha, eu prometi e agora eu vou ajudá-lo.
As duas continuam arrumar os detalhes do vestido para a festa, na sala o senhor Manolo conversa com seus filhos e esposa, o fogo das lamparinas aquecem a todos na sala. Pescador late lá fora enquanto Surue e Lourenço pitam uma palha protegendo-se da chuva o Barão observa os dois pela janela enquanto conversa com seu filho.
- E o Barão Edgar Torres deu alguma noticia papai?
- Sim Rubens ele me escreveu, estava para chegar hoje, mas com essa chuva não e provável que chegue está noite.
- E verdade ás chuvas está cada vez mais constante na região.
- Eu queria que você e Leonardo pela manhã montassem seus cavalos para acompanhá-los na chegada à fazenda.
- Sim senhor! Amanhã bem cedo nós iremos até lá.
- Algo mais lhe preocupa meu pai?
- Não Leonardo e assunto no qual você no momento não pode me ajudar.
- E o senhor pode adiantar o assunto.
- Sobre as terras da fazenda, mais isso eu vou resolver depois da festa de Marta.
- Certo meu pai se senhor precisar de algo pode contar comigo.
- Certo que sim Leonardo, mais agora eu vou me retirar, pois amanhã temos muitos a fazeres.
- Sua benção meu pai.
- Deus lhe abençoe.
- E eu também vou me deitar Leonardo, amanhã eu vou te acordar bem cedo.
- Tudo bem eu vou ficar aqui mais um pouco ainda não tenho sono.
- E você Maciel fica com Leonardo.
- Não Rubens eu já estou quase a dormir na cadeira também irei me retirar.
- Então meu irmão boa noite.
- Boa noite.
Logo que Rubens e Maciel se retiram da sala Leonardo se dirige em direção à cozinha onde encontra a negra Ione.
- Mais o que você está fazendo aqui há essa hora?
- Eu vim trazer as moringas com água fresca.
- Então me sirva um gole, pois eu vim atrás de água fresca.
Ione serve a caneca de Leonardo em seguida abaixa sua cabeça, mas o moço pega em seu rosto e a levanta segurando em seu queixo os seus olhos percorrem a cada detalhe de seu corpo o medo de Ione e visível suas pernas bambas e o seu olhar tentando se desviar do olhar de Leonardo.
- Pode ficar de cabeça erguida escrava eu gosto do teu olhar.
- O sinhozinho precisa de mais alguma coisa?
- Quem sabe, aonde a escrava vai se deitar?
- Eu me deito no quarto dos fundos junto com inhá Tonha.
- Eu quero que vá para o estábulo e me aguarde lá.
- Sinto muito sinhozinho, mais minha sinhá não a de gostar de uma mucama prenha.
- Você e mesmo abusada escrava.
- Peço desculpa ao sinhozinho mais vim para casa servi sua irmã e não ao sinhozinho, agora se sinhozinho me der licença eu pretendo me retirar para junto de inhá Tonha.
- Esta certa mucama desta vez você esta com a razão, mais não pense você que essa prosa termina aqui. Agora vá!
- Sim senhor.
Ione com um olhar de deboche sai como vitoriosa de uma batalha que ela sabe que vai perder afinal o sinhozinho Leonardo sempre tem aquilo que quer, ela segue para o quarto enquanto Leonardo termina a caneca de água, esse antes de se retirar se encontra com inhá Tonha.
- O menino Leonardo ainda acordado?
- E Tonhá eu estou sem sono, mas já estou seguindo para meu quarto.
- Leonardo, você estava conversando com alguém?
- Não Inhá, mais por que a pergunta?
- E que eu pedi para Ione encher as moringas e deixar aqui na cozinha eu pensei que o sinhozinho tivesse encontrado ela por aqui.
- Pensou errado Inhá.
- Até amanhã sinhozinho.
- Até Inhá.
A chuva persiste e cai forte sobre a cobertura da casa, mas isso parece não incomodar o jovem Leonardo que agora retira sua bota e descansa os pés sobre uma bacia de água, alguns minutos depois seca os pés e se deita aguarda pacientemente pelo sono.
O dia vai despontando na cidade de Resende, o galo da fazenda Meriza canta alto e a ladainha dos escravos já pode ser ouvida alegrando o ouvido do Barão.
- Bom dia Rosa?
- Bom dia Manolo.
- Os negros já estão cantando indo em direção a cafezal.
- Vou providenciar o seu café enquanto colocas suas botas.
- Vá sim, pois estou com muita fome.
Na cozinha da casa Tonhá já de pé esquenta o café, o cheiro bom de bolo de milho perfuma a casa toda, sobre a mesa o queijo e o leite convidam os presentes para uma boa refeição matinal.
- Bom dia Tonhá?
- Bom dia Baronesa.
- O café hoje saiu mais cedo do que o de costume!
- Sim Baronesa, os meninos sairão bem cedo e já tomarão café.
- Eles foram ver se o encontra a caravana do barão Torres.
- Vou buscar o restante do café.
- Vá sim Tonhá. Marta já acordou?
- Não sinhá a menina ainda não desceu nem o menino Maciel.
- Bom deve estar descansando para mais tarde.
O barão Monolo já pronto desce a escada para se sentar à mesa, logo após desce Marta que se junta a eles a mesa.
- Benção pai?
- Que Deus lhe abençoe minha filha.
- Dormiu bem?
- Sim mamãe, eu dormi muito bem.
- Bom dia Tonhá, cadê Ione?
- Eu vou chamá-la sinhá.
- Sim vá que eu quero dar um passeio agora pela manhã.
Pai cadê os meninos?
- Rubens e Leonardo já levantaram e seguiram para o encontro da caravana do barão Torres, o Maciel ainda na acordou esse menino não toma jeito ontem não estava para o almoço hoje não acordou para o café.
- A mesa vazia fica triste sem a presença deles.
- E verdade Marta, mas logo eles estarão de volta para o almoço.
Assim que Tonhá voltar a mande chamar Maciel!
- Eu irei tomar café e irei dar uma volta, vou até o riacho.
- Tome muito cuidado minha filha leve à mucama com você!
- Sim senhora mamãe.
Enquanto isso no fundo da casa Tonhá levanta a Ione que ainda se encontra deitada, sacode Ione de um lado para o outro.
- Ione levanta menina à sinhazinha está te chamando.
- Já vou Tonhá faz tempo que ela está a me chamar?
- Não! Mas vá rapidamente que ela não gosta de esperar.
- Já estou indo só vou lavar o rosto.
- Eu vou preparar uma merenda para você então se aprece.
Enquanto a negra Ione lava o rosto na Fazenda Meriza, na igreja da cidade o doutor Miguel lava o seu rosto para seguir viagem para a fazenda de seu pai.
- Aqui está uma toalha para você se secar Miguel.
- Muito agradecido padre Martins.
- Estou preparando um café.
- Não se incomode comigo padre eu estarei bem.
- Não faça desfeita Miguel tomaremos café junto, o padre Borges está fazendo suas orações matinais logo estará à mesa junto conosco.
- Está bem padre Martins eu vou aceitar o café, mas não quero dar trabalho ao senhor.
- Trabalho nenhum, e o senhor seu pai pode lhe aguardar mais um pouco.
Na praça da cidade Rubens e Leonardo atravessam a cavalo em direção ao encontro do barão Torres, na venda de seu Credencio a porta se abre Zâmbia já está aposto, no outro lado da praça a casa de pão de Pascoal exala o cheiro do pão fresco convidando aos clientes a comprá-los o mesmo Pascoal segue com um cesta de pão em direção à igreja, chama pelo padre Martins e à porta central da igreja logo se abre.
- Benção padre Martins?
- Deus lhe abençoe Pascoal.
- Venho trazer o pão ainda quente e fresco.
- Abençoada seja sua casa e sua parentela Pascoal.
- Padre eu não pude deixar de notar que a mula do senhor hoje arrumou uma companhia um belo cavalo por sinal.
- E de Miguel a chuva não deixou que seguisse viagem para fazenda de seu pai.
- O jovem Miguel está de volta isto e muito bom!
- E muito bom mais agora me passe o pão para que eu sirva a ele que deve estar com fome.
- Sim senhor padre Martins, parece que estava prevendo coloquei dois pães a mais no cesto.
- Que Deus te abençoe mais uma vez, mais tarde eu ou o padre Borges iremos entregar o cesto.
- Sim senhor padre, mas entregue pela tarde que hoje por ocasião da festa na fazenda Meriza eu fecharei a casa de pão mais cedo.
- Sim Pascoal entregaremos mais cedo eu também irei para abençoar a aniversariante e o seu noivado.
- Mande lembranças ao Miguel.
- Eu darei Pascoal.
A chuva causou alguns estragos, como derrubar a cobertura do chiqueiro do senhor Antonio onde logo cedo acorda o seu filho Lindolfo para lhe ajudar a consertar, junto com Lindolfo acorda Linda e dona Alma, essas duas colocam um café bem quentinho a mesa com um pedaço de mandioca e batata doce leite e um bolo de milho, Lindolfo se serve e Linda apanha um grande pedaço de bolo enquanto seu Antonio bebe um pequeno gole de café.
- Lindolfo a chuva forte derrubou o chiqueiro dos porcos vamos consertá-la logo após o café!
- Sim senhor assim que eu terminar eu já eu irei buscar o material que for preciso.
- Sua benção meu pai?
- Deus que lhe abençoe Linda. Você já está de saída?
- Sim já irei para a escola.
- Eu não irei levá-la hoje porque tenho muito trabalho que a chuva me deixou.
- Tudo bem papai eu irei a pé.
Mamãe tem mais mandioca?
- Tem sim Linda, calma ai que eu estou esquentando ela.
- Mamãe! Lúcia e Virginia falaram ontem que iriam vir buscar os vestidos hoje.
- E hoje a grande festa, o vestidos já estão prontos falta apenas entrega-los.
- E vai ser mesmo uma grande festa!
- E você já decidiu se vai à festa Linda?
- Não mãe eu não tenho vestido para ir à festa.
- E só por esse motivo?
- Não estou com vontade de ir a essa festa.
- Se não tem vontade então fique!
Linda termina de tomar o seu café e segue em direção à escola uma pequena casa as uns oitenta ou noventa metros de sua casa onde e aguardada pelos seus alunos, enquanto isso na igreja o jovem Miguel agradece ao padre Martins pela hospitalidade enquanto sela o seu cavalo.
- Muito agradecido padre Martins pela acolhida dada esta noite.
- Miguel a casa de Deus e para todos aqueles que nele confiam.
- Agora vou partir, pois não vejo a hora de ver minha família.
- Vá Miguel e mande lembranças ao seu pai.
- Mais uma vez muito obrigado e a sua benção padre Martins.
- Deus lhe abençoe meu filho.
O jovem Miguel sai em disparada em direção à fazenda de seu pai mais antes que ele chegue ao caminho da mata os seus olhos avistam a jovem Linda, a parada e inevitável o cavalo começa a marcha em direção à moça que encantada fica admirar o cavaleiro e poucos minutos estão frente a frente.
- Olá Linda como vai?
- Miguel, não sabia que tinha voltado!
- Eu cheguei ontem, mas por causa da chuva eu tive que pernoitar na igreja junto com os padres.
- Ontem o tempo estava muito feio ainda bem que conseguiu chegar até a igreja.
- Que bom saber que se preocupa comigo.
- Eu me preocupo com todos os meus amigos, amigo digo se me considera do mesmo modo.
- Claro que sim sempre fomos bons amigos, eu fico contente e te ver tão bem.
- E você já está formado venho para ficar de vez?
- Agora não vou tão cedo sair de Resende.
- E, mas eu estou atrasada para minha aula outra ora nos conversamos Miguel.
- Linda, quando eu me acomodar irei visitar Lindolfo e seus pais.
- Vá sim Miguel meu irmão a de ficar muito contente, ele lhe tem muita consideração.
- Até Linda.
Miguel segue o seu caminho e Linda segue para escola onde já há alguns alunos aguardando a frente da escola. Na venda de seu credencio Zâmbia arruma o estoque que acabará de chegar, sacos pesados requer um grande esforço e são colocados em cima de caixotes de madeira.
- Muito bom! Zâmbia com estoque todo arrumado será mais fácil para atender os nossos clientes.
- Sim senhor seu Credencio.
- Tem uma entrega para a fazenda do Barão Manolo, mas tarde eu quero que você vá até a fazenda e procure a escrava Tonhá ela saberá o que fazer com está encomenda.
- Sim senhor eu vou adiantar a arrumação da mercadoria e logo depois eu irei até a fazenda.
- Bom rapaz, então mão a obra, e antes que eu esqueça a moça que esteve aqui retirando a mercadoria não se chama Michele mais Marta ela e filha do barão Manolo.
- Não pode ser, pois ela se apresentou como Michele e não como Marta.
- Você deve ter se enganado.
- Não me enganei seu Credencio eu já tinha visto antes na casa da mata ela sempre se banha no ribeirão pela manhã.
- Então talvez tenha ficado com medo de falar que era filha do Barão.
- Pode ser seu Credencio, afinal eu era escravo do pai dela o medo de uma vingança seria normal.
- Isso lhe aborreceu?
- Não senhor, mais eu confiei nela para um breve contato com minha mãe e ela deve ter contado tudo para o Barão.
- Você acha perigosa sua ida à fazenda Meriza?
- Eu sou livre e não pertenço mais ao Barão, eu sou seu empregado e vou até lá a serviço.
- Zâmbia não agir mais como um escravo já um bom começo.
No fundo Zâmbia, estava apreensivo de como seria sua recepção na fazenda se ele encontra-se o seu és dono qual seria sua reação enfrente ao barão Manolo.
Um pouco longe dali os irmãos Vasconcelos despontam com seus animais em encontra a comitiva do barão Edgar Torres, os dois já podem avistá-los a olhos nus.
- Veja lá Rubens só pode ser eles.
- E vamos diminuir o trote para que nos vejam e não se assustem.
- Certo meu irmão vamos devagar.
Os cavalos agora passam de trote para uma lenta marcha colocando a silhueta dos dois cavaleiros em destaque, um dos cavaleiros da comitiva do barão Edgar Torres dispara em encontro ao dois para um breve reconhecimento.
- Olá e de paz?
- Sim meu amigo, nós somos os filhos do barão Manolo Ferraz de Vasconcelos.
- Estamos aqui para acompanhar a comitiva do barão Edgar Torres em segurança até a fazenda de nosso pai.
- Muito agradecido seu pai e muito gentil em mandá-los, agora vamos à frente para que conheçam o barão Edgar Torres e sua família.
Agora os três cavaleiros cavalgam juntos, em direção à comitiva e em poucos minutos eles já estão frente a frente com o barão Torres.
- Bom dia barão?
- Bom dia jovem...
- Rubens, filho do barão Manolo e esse e meu irmão Leonardo.
- E um prazer em conhecer os filhos do estimado amigo, está e minha esposa e minha filha Laiza e esse e meu filho Pedro.
- Muito satisfeito em conhecê-los, agora peça que sua comitiva nos acompanhe para a fazenda de meu pai.
- Vamos sigam os cavaleiros, em direção à fazenda do meu amigo Manolo!
Agora todos estão juntos em uma só direção os cavalos vêm marcando a cadencia e a prosa já não existe mais apenas um sorriso estampado no rosto do barão Edgar Torres, esse um senhor de média estatura, branco como a neve talvez de origem holandesa ou algum lugar na Europa.
O sol sem muito incomodar passa despercebido, acompanhado por um vento frio, na charrete um lindo chalé chama atenção esconde o corpo da jovem que está assentada ao lado de dona Helena, os rapazes nada falam discretamente observam.
Os olhos da bela moça passeavam de um lado para o outro até encontrar o Capitão e acompanhá-lo ao subir e descer do galope do seu cavalo.
O jovem Pedro em sua montaria mostrava-se seguro, rapaz esse muito parecido com seu pai de pele bastante clara e um olhar sereno e poucas palavras.
A cidade de Resende começa a aparecer à vista de todos e logo estarão no caminho da mata ruma a fazenda Meriza, ao passarem pela cidade, dona Helena pede que a comitiva pare em frente à igreja onde e recebida por padre Borges e padre Martins.
- Sua benção padre Martins.
- Deus abençoe Rubens.
- O barão Edgar Torres e sua esposa desejam tomar a sua benção.
- Sua benção padre?
- O Senhor Jesus os guardem.
- Eu gostaria de conhecer a igreja a qual meu filho ira se casar e o padre que celebrara a cerimônia.
- A igreja está de portas abertas para sua família baronesa, sou padre Martins e fico muito feliz em ter vocês por aqui.
- Fico feliz também em conhecê-lo padre, não demorarei, pois, não quero fazer o barão Vasconcelos esperar, eu volto outrora para assistir uma missa.
- Serão muitos bem vindos à senhora e sua família.
- Peço que reze pelos meus filhos e pelo meu marido.
- Certo que eu rezarei.
Na fazenda do doutor Brás o cavalo de Miguel segue em passos firmes e logo está na porteira da fazenda, Miguel apeia o cavalo e como se voltasse ao tempo procura por detalhes pedaço de sua infância e adolescência na grande fazenda as árvores as pedras qualquer detalhe traz a sua mente um pedaço de sua vida, mas logo monta ao seu cavalo e segue em frente com um sorriso em um brilho no olhar parece não se preocupar com seu animal cansado e exige o máximo dele, até chegar à frente da casa. Sua mãe ao vê-lo entrar se derrama em lagrimas e o seu pai abraça-o como uma criança.
- Sua benção meu pai minha mãe?
- Deus o nosso senhor o abençoe meu filho. Como você está mudado o rapaz agora já está homem formado.
- E como estão as coisas por aqui?
- Como sempre, a pacata cidade de Resende, caminhado de vagar o café está tomando conta desse lugar.
- Cadê Maria?
- Está lá no quarto dela ela vai ficar muito contente em revê-lo.
- Mande chamá-la meu pai, pois estou com muita saudade daquela moleca.
- Zenaide! Cadê essa mulher?
- Pois não patrão.
- Vá ao quarto e chame Maria diga que a uma surpresa para ela aqui na sala.
- Sim patrão eu já estou indo.
- Mais antes que se vá de cá um abraço Zenaide!
- E claro patrãozinho Miguel
- Agora vá chamar logo aquela moleca.
- Já estou indo vou correndo.
Zenaide sai da sala ainda emocionada pelo gesto de carinho de Miguel, e não contém as lagrimas de ver o menino agora homem, menino esse que ajudou a criar, bate na porta do quarto de Maria com uma força exagerada.
- Quer derrubar a porta Zenaide?
- Desculpe sinhá, mais seu pai te chama na sala.
- E pela pressa deve ser algo muito importante, sabe o que é?
- Não sinhá, mais ele mandou que fosse logo.
- Está bem já estou indo só um estante.
- Eu já vou preparar o almoço.
- Está bem Zenaide o recado está dado.
A menina se apressa em atender o chamado do pai, mais ao chegar à sala não se contem em lagrimas ao ver seu irmão tão querido.
- Sua moleca de cá um abraço, pois eu estou morrendo de saudades.
- Miguel como que você está diferente, está mais forte e esse bigode?
- E você também mudou já não é mais uma moleca agora e uma moleca crescida.
- Que bom revelo meu irmão. Já está formado?
- Sim agora sou doutor Miguel, e voltei para ajudar o pai com seus pacientes.
- Isso e muito bom! Finalmente nós estamos todos reunidos novamente.
- Agora me conte as novidades.
- Rubens voltou da guerra e hoje haverá uma festa na fazenda do barão Manolo.
- Mais isso não e novidade eu já estou sabendo na cidade não se fala de outra coisa a não ser na festa.
- Você parou para ficar proseando na cidade!
- Tive que dormir na igreja por conta da forte chuva que caia sobre a cidade.
- E você Maria vai para festa na Meriza?
- Hermes virá me buscar aqui na fazenda para em acompanhar.
- Ele está lhe fazendo a corte?
- Sim meu irmão, Hermes mudou muito após sua partida.
- Espero que sim.
- Meu irmão nós éramos jovens quando você saiu daqui.
- Pau que nasce torto morre torto, eu o vi matando aquele escravo sem piedade por ordens de seu falecido pai, o escravo era só uma criança indefesa mal tratada, talvez de lá para cá sua raiva pelo a vida humana tenha aumentado.
- Hermes mudou já não é mais a mesma pessoa.
- Espero que sim minha irmã para seu bem.
- Vamos mudar o rumo dessa prosa. Você irá à festa?
- Será bom pai, eu comparecer, quero rever velhos amigos como Rubens, Pascoal, Lindolfo e Leonardo.
- Eu só não sei todos estarão lá, mais o convite foi estendido a todas as famílias da cidade.
- Maria eu vou dar um passeio pela fazenda antes do almoço eu estou morrendo de saudade dessa terra.
Miguel beija sua irmã e segue em direção à porta de saída, não monta o cavalo sai a pé a andar pela fazenda os antigos pés de café são plantas decorativas, já que seu pai não trabalha mais com o cultivo.
Logo a família Torres segue em direção à fazenda, Pedro e sua família agradecem ao padre e reforça em nome do barão o convite para a festa, na fazenda a jovem Marta após tomar o seu café, grita pela a casa o nome de Ione.
- Onde está essa menina?
- Calma sinhá ela já está vindo.
- Pronto eu já estou aqui Sinhazinha.
- Ione eu já te falei que não gosto de aguardar.
- Perdão.
- Vamos até ao ribeirão quero pegar o sol da manhã!
Tonhá avise a minha mãe que já fui e que logo estarei de volta.
- Está bem minha menina, cuidado com a mata.
- Pode deixar Tonhá eu sei me cuidar.
Marta e Ione seguem em direção ao ribeirão não se demora trinta minutos a saída da menina aconteça a chega da comitiva do barão Torres que é recebido com euforia pelo barão Manolo.
- Como você está meu velho amigo barão Manolo?
- Muito melhor agora com sua ilustre presença barão Torres.
- Digo mesmo Torres, hoje e um dia muito alegre, pois além de comemoramos o aniversario de sua filha estaremos dando inicio a união de nossas famílias.
- Faça minha suas palavras, alegria dessa união e muito grande.
- Agora vamos entrar acredito que estão cansados e com fome.
- Sim amigo eu entrarei e se poder eu descansarei um pouco para está noite.
- Certo meu amigo a casa já está preparada para recebê-los espero que gostem.
- Obrigado Manolo.
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