segunda-feira, 4 de abril de 2011

O segundo encontro de Marta e Zâmbia.

Serra da Paixão 8º Capitulo

As duas seguem para o riacho da mata Ione se atreve a abrir o guarda sol sobre a cabeça de Marta mais e logo repreendida, no caminho encontra Maciel, Cauã e Jarty que as olham com olhar de espanto.
-         O que foi garotos; vocês viram a pintada?
-         Não Sinhazinha e essa escrava ela parece com Ione à negra da senzala.
-         Mais ela e a Ione, Cauã ela agora e minha mucama.
-         Mas ela está tão diferente com essas roupas.
-         E está sim, mais agora já vamos indo, até.
-         Até Sinhazinha.
-         Vamos logo Ione nós já perdemos muito tempo.
A mucama Ione a segue em passos longos ate a chegada da mata a onde as duas são obrigadas a andarem com bastante cautela. Ione parece conhecer cada buraco da mata não se importa com o mato alto que e pulado por Marta.
-         Conte-me como e a vida na senzala.
-         Não é muito agradável Sinhá nem para se ouvir, a lida e chicote são constantemente em nosso dia a dia.
-         Mais e você do jeito que e bela devia ser muito cobiçada pelos negros?
-         Sim Sinhazinha os negros procuram as jovens muito cedo, mais meu irmão e muito respeitado dentro da senzala.
-         E qual o nome do seu irmão?
-         Chama-o de Gil Pará.
-         Nome esquisito esse. Mais e você nunca teve nenhum grande amor?
-         E um mais...
-         Já sei seu irmão assustou o seu pretendent! Você tem quantos anos?
-         Não sei ao certo.
-         Aparenta ter uns dezessete talvez dezoito. Estamos chegando.
-         A sinhazinha gosta de se banhar no riacho da mata todos os dias?
-         Gosto, mas não venho todos os dias.
-         Sinhazinha não teme a pintada?
-         Ione fala-se muito dela mais na verdade eu nunca a vi.
-         Mais ela e real sinhazinha.
-         Pode até ser, então fique atenta a danada da onça!
-         Eu ficarei sinhá.
-         Fique aqui que eu vou um pouco mais a frente, não saia daqui!
-         Sim ficarei aqui Sinhá.
Marta segue em frente sem se preocupar, seu vestido cheio de carrapichos vai vencendo o grande mato, a casa da mata não muito longe desperta o olhar curioso, seus passos aumentam como aumenta sua respiração e as batidas de seu coração. De repente surge no meio do mato como se fosse um fantasma o negro Zâmbia, parado com o facão em uma mão e na outra um pato do mato.
-         Não se assuste sinhá. O que é que a sinhá faz por aqui?
-         Vim me banhar no ribeirão.
-         E quem é aquela que está a sua retaguarda?
-         E uma amiga. Como você a viu?
-         Eu estava em cima daquela árvore. Como ela se chama?
-         Por que quer saber, qual seu interesse nela?
-         Calma Sinhá, não a interesse nenhum.
-         Eu te trouxe um pedaço de pão e um pouco de leite deve estar com fome.
-         Não precisava se preocupar comigo.
-         Não estou preocupada só quis ajudar.
-         Muito grato pelo ajuda.
-         E você fica mais tempo por aqui?
-         Não eu vou para cidade um amigo me arrumou um trabalho por lá.
-         Isso e bom às coisas estão se arrumando para você.
-         Só irei comer um pouco e já vou para cidade
-         Então coma.
-         Você está servida?
-         Não eu já tomei café, eu hoje acordei muito cedo. 
-         E porque a sinhá está sozinha se tem uma amiga?
-         Ela fala de mais, pode fazer algum comentário errado sobre você.
Você disse que um amigo lhe arrumou o serviço?
-         Sim Sinhá.
-         Não me chame de Sinhá você e negro livre.
-         E como eu vou te chamar se e uma moça branca?
-         Michele e o meu nome.
-         Bem então eu te chamarei Michele.
-         E quem e esse amigo?
-         Ele e um Capitão filho do meu antigo dono o barão Manolo.
-         E qual e o nome dele?
-         Ele se chama Rubens você o conhece?
-         Conheço sim, eu tenho que ir.
-         Não vai se banhar? Não vou atrapalhar eu  irei me embora.
-         Não já e tarde amanhã voltarei mais cedo.
-         Não estarei aqui.
-         Mais o ribeirão estará.
-         Desculpe-me eu não quis se pretensioso.
-         Eu que fui um pouco má educada.
       Mais eu tenho que ir mesmo.
-         Até Michele.
-         Até Zâmbia.
A menina Marta volta correndo em direção a Ione, seus passos ganham força em meio ao mato alto, o coração comemora o encontro com alegria, os olhos brilhavam como estrela em noite de lua cheia, a menina parece estar encantada. Ao chegar olha para Ione e pede que abra o guarda sol.
-         A Sinhá não se banhou?
-         Não já e tarde, vamos embora amanhã voltaremos.
-         A sinhá perdeu a bolsa que estava.
-         E devo ter esquecido em algum lugar.
-         Não quer que eu vá buscar?
-         Não Ione. Vamos logo embora escutei algo estranho vindo da mata.
-         Então vamos sinhá pode ser a danada da onça.
-         Pare de ser medrosa Ione!
A negra Ione fica assustada, mais e logo acalmada por Marta que sorri vendo a expressão de medo de Ione.
-         Você conhece todos na senzala?
-         Sim nós todos se conhecemos apesar de muitos, só os negros que seu pai comprou de fora que eu não conheço chegaram há três dias. Mas porque a Sinhá pergunta?
-         Curiosidade. Vocês agem como uma família?
-         E temos nossas diferenças não somos todos da mesma tribo não temos os mesmo costumes mais somos todos negros e escravos.
-         E isso você tem toda a razão.
-         Procuramos amenizar a dor que a sola aquele lugar.
-         Vamos aperta o passo eu estou com fome.
-         Sim Sinhá.
Enquanto elas seguem em direção a casa grande da fazenda no outro lado da cidade na casa de pães Lindolfo chega.
-         Olá amigo Lindolfo o que traz o amigo aqui nessa hora do dia?
-         O falta de uma prosa. Conte qual são as novidades.
-         O que se fala na cidade e sobre a passagem do Imperador Dom Pedro pela cidade.
-         E será que ele se hospedará na cidade?
-         Não dizem que ele só passará, pois já vem de uma hospedagem na casa do Barão de Tremembé.
-         Bom amigo eu pensei que ele fosse estar na festa de Marta.
-         O Imperador em uma festa a aqui na cidade?
-         E pode ser um pouco demais, mais dizem as bocas pequenas que o tal escolhido para Marta e filho de um barão que tem bastante influência na corte.
-         Talvez ele possa passar na casa do Barão Manolo para lhe dar os parabéns e quem sabe beber uma caneca de vinho.
-         Você e suas festas Lindolfo não podem faltar vinho.
-         O que há de melhor vamos deixar faltar?
-         Pois bem que venha o imperador!
-         Eu tenho que ir prometi em ajudar meu pai a construir um chiqueiro, mais tarde vamos encontramos na taberna do Edson?
-         Depois de ver minha amada.
-         Eu te aguardarei lá, até logo.
-         Até amigo.

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