Enquanto todos se despedem, na cidade Pascoal se prepara para ir à casa de Lúcia, toma um banho após pentear os cabelos, calça sua melhor bota coloca um bom perfume que teu pai trouxe de Portugal, antes de falecer.
- Aonde você vai todo arrumado?
- Vou casa de Lúcia.
- Boa menina a menina Lúcia pena a mãe ser tão interesseira vive querendo arrumar casamento com Barões para a filha.
- Mãe e verdade, mais a Lúcia gosta e de mim e um dia iremos nos casar e te daremos muitos netinhos.
- Bem que eu gostaria de ver seus filhos aqui correndo de um lado para outro, dando mais alegria a está casa.
- Mais a senhora verá agora me deixe ir, pois se não ficará tarde.
Pascoal se despede com um beijo monta seu cavalo e a galopes segue no caminho encontra Lindolfo que está conversa com Senhor Credencio e Edson.
- O amigo padeiro está com uma boa aparência. Será que o amigo padeiro vai alguma festa?
- Lindolfo meu amigo irônico vou casa da minha amada Lúcia.
- Mande minhas lembranças a Dona Adelaide.
- Se eu der suas lembranças não entro na casa meu amigo Lindolfo.
- Então deixa as lembranças do lado de fora sei que minha fama naquela casa não e da melhores.
- Não só a sua meu amigo mais a de ninguém, dona Adelaide e uma senhora mal humorada e amargurada.
- Bom sendo assim isso não irá preocupar-me e tomarei em sua homenagem uma caneca de vinho na taberna do italiano Edson.
- Tenho quer ir meu amigo boêmio até logo para você.
- Boa sorte Pascoal você vai precisar.
Não se demora muito para Pascoal está à frente da casa de Dona Adelaide o pai de Lúcia vem recebê-lo.
- Boa tarde Pascoal?
- Boa tarde. Senhor Armando.
- Lúcia está vindo, espero não ter que chamar atenção para as horas não fica bem menina de família até a noite com um rapaz, mesmo os pais estando presente.
- Sim senhor eu estarei atendo para chegada da noite e antes que ela chegue estarei indo me embora.
- Bom assim que eu gosto de ver obediência e seriedade por sua parte.
Na cabeça de Pascoal passava o seguinte pensamento já não me basta à megera da Dona Adelaide e vem o seu Armando com essas conversas de obediência e seriedade. Mais e Lucia entrar na sala que os pensamentos de Pascoal se perdem e o rapaz só tem olhos para a moça.
- Olá Lúcia como vai?
- Bem Pascoal. Por que demorou tanto?
- Eu estava a bater uma massa para fornada.
- Vai se acostumando com essa conversa Lúcia. Ou você esqueceu que ele e padeiro?
- Não esqueci mamãe, e eu estou muito feliz por ele ter me escolhido entre tantas moças.
- Adelaide por favor, o Pascoal e uma visita aqui em casa.
- Desculpe-me e que às vezes temos que falar algumas verdades.
- E você Pascoal foi convidado para festa da menina Marta.
- Sim senhora se me permitirem eu vou acompanhar Lucia.
- Claro Pascoal até porque você está fazendo a corte para minha filha.
- Fique agradecido pela confiança seu Armando.
- E como vão os negócios?
- Bem senhor Armando não tenho o que reclamar afinal todos comem pão nessa cidade.
- Então logo terá posse e poderemos marca a data do casamento.
- Sim senhor.
- Não quero que me entenda mal mais se Lúcia te escolheu que o passo seja dado.
As horas vão se passando a conversa vai se estendendo, Pascoal se levanta e seu Armando o acompanha até a porta uma boa noite, e Pascoal segue em direção a sua casa.
Na sua volta uma passada na taberna e sem que abra a boca, Edson serve-lhe uma taça de vinho.
- Como vai Pascoal?
- Bem amigo.
- O povo comenta que o rei passara pela cidade amanhã.
- E irá se hospedar na casa de alguém?
- Não sei, talvez sim.
- Cadê o Lindolfo?
- Já se retirou para casa, disse que iria acordar muito cedo no dia de amanhã.
- Vou terminar o vinho e também vou me retirar a massa do pão está sovando.
Logo após a taça de vinho o jovem Pascoal cumprimenta a todos e se retira.
Edson se livra de uma meia dúzia de bêbados que já não responde pelo seu cociente.
A noite mais uma vez vai caindo na pacata cidadezinha, à lua vai ganhando a noite com sua companheira coruja a caçar o alimento, com olhos atentos sobre a mata farta.
As horas se passam e uma sabia destrona a rainha coruja e com sua majestade toma conta da manhã. O astro Sol levanta e aquece os corpos dos escravos que madrugam para o pão forçado de cada dia.
O menino índio levanta em um salto moleque, saúda a mata com um belo sorriso, coloca seu arco na costa e sai em direção casarão.
O Sr Manolo já está de pé, Leonardo ainda luta contra o sono em sua cama, Inhá Tonhá chama Maciel.
- O café já está pronto menino Maciel.
- Já vou levantar.
- Você vai voltar a dormir seu moleque, levanta.
- Calma, Tonhá, eu já estou indo.
Com pouco mais de uns minutos Maciel já se encontra na cozinha, senta-se à mesa e serve-se de uma boa caneca de café. A menina Marta entra na cozinha e também se serve de um pedaço de cuscuz com uma caneca de leite.
- Vou dar uma volta pela fazenda irei até o riacho da mata.
- Cuidado Marta, outro dia eu, Maciel e Cauã estivemos lá na mata, vimos algumas coisas parece que alguém passou por lá.
- Tomarei cuidado Maciel.
- Por que você não leva alguma negra para te acompanhar?
- Não Maciel eu não preciso de baba.
- Bem você e quem sabe, eu irei até a senzala para falar com Jarty e Cauã.
- Até logo Maciel vê se chega cedo para almoço.
Inhá Tonhá olha para menina Marta com um olhar de desaprovar o passeio da menina, nesse momento entra na sala Barão Manolo, a escrava se retira da vista de seu dono e deixa a menina Marta a conversar com seu pai.
- Sua benção meu pai?
- Deus lhe abençoe minha filha. Cadê o Maciel? Eu escutei sua voz.
- Foi para senzala atrás de Jarty e Cauã.
- Esse menino não tem mais jeito, vive naquela senzala pulando que nem um gato está aprendendo uma dança esquisita que os meninos dançam.
- Pai ele se diverte e desse jeito.
- E está bem ele ainda e uma criança.
- Vou dar um passeio pelo riacho da mata.
- Está bem, só tome cuidado com o caminho minha filha as cobras são perigosas.
- Está bem meu Pai.
- Bom eu vou te dar uma mucama de presente, vou escolher uma escrava agora pós ela vai te acompanhar nesse passeio.
- Pai não precisa, eu estarei bem.
- Não discuta comigo, não sai enquanto a escrava não chegar.
- Está bem meu pai, eu vou ficar aguardando.
Ao longo da conversa o restante da família se apresenta à mesa, Rubens se serve e diz que irá viajar até ao Rio de Janeiro depois da festa de Marta.
- Tem algo para resolver com tamanha urgência?
- Sim, tenho que me apresentar ao quartel ao coronel Albuquerque.
- E volta quando?
- Não posso lhe responder com certeza, mas espero voltar logo.
A conversa se estende, à menina Marta sai da mesa como despercebida, o senhor Manolo levanta-se em direção a porta de saída do casarão acompanhado de Rubens.
- Vou escolher uma mucama para sua irmã, vou dá-la de presente de aniversário a ela.
- E bom Marta ter uma companhia.
- Bom que não seja contra, vamos até a senzala comigo.
- Sim senhor meu pai.
Na casa Marta está assentada em uma cadeira de balanço aguardando pela escrava que seu pai irá lhe presentear, Inhá Tonhá cuida dos afazeres da casa.
- A menina está impaciente?
- E tenho que esperar papai trazer a nova mucama.
- Bom a sinhazinha não andará mais sozinha.
- Não preciso de ninguém para segurar meu guarda-sol.
- Mas a sinhazinha vai ter com quem conversa.
- Eu já tenho com quem conversar.
- E com quem é?
- Com você Inhá.
- Mas a negra Tonhá já está muito velha daqui uns dias estarei na senzala fazendo companhia a negro Bento.
- Não fale assim Inhá, eu não vou deixar que isso aconteça.
- A sinhazinha é muito boa comigo a negra Tonhá não merece.
- Vai cuidar da casa Tonhá e para de choramingar antes que eu também comece a chorar.
- Já vou sinhazinha, já vou.
Na senzala o Barão Manolo escolhe as negras colocando em fila uma atrás da outra, ele seleciona três delas, antes de dar a ordem para que Rubens as levem a casa grande para que Marta faça escolha uma negra sai de dentro da senzala empurrada pelo Capitão do Mato.
- Essa estava escondida de baixo da palha Barão.
- Bela moça. Qual o seu nome?
- Ione.
- Não me lembro de vê-la no cafezal.
- Dizem que e filha do outro Capitão do Mato que o Barão mandou embora.
- O velho Alves, nunca soube dessa história essa escrava deve ter escondido bem essa barriga. Entre junto com as outras, o resto já pra lida á muito que fazer.
- Pai eu vou levá-las para que Marta faça sua escolha.
- Faça isso Rubens eu irei ver se os trabalhos estão sendo bem feitos no cafezal.
O Capitão Rubens parte seguem com ele as escravas com destino a casa grande as escravas sem saber do que se trata olham o Capitão com temor nos olhos, logo eles chegam à casa grande a Capitão grita pela a menina Marta.
- Marta, Marta venha cá.
- Já estou indo, calma meu irmão.
- Aqui estão as meninas para que você escolha.
- E vou escolher. Mas porque está ultima está de cabeça baixa não posso ver seu rosto.
- Ela e meio tímida, tentou se esconder na palha.
- Levante a cabeça! Por que está com medo?
- Não estou com medo sinhá.
- Qual e o seu nome menina?
- Ione.
- Bem eu não vou maltratar nenhuma de vocês eu só quero escolher uma para ajudar Tonhá na cozinha.
- Ser uma escrava de dentro?
- Assim que vocês falam dos escravos da casa Ione?
- Sim sinhá.
- Ela fica Rubens, você pode levar as outras se quiser.
- Bem já que fez a sua escolha até logo.
- Até Rubens. Vai almoçar conosco hoje?
- Sim estarei à mesa, minha irmã.
- Você venha comigo, você está precisada de um banho.
A jovem Marta segue para a casa grande acompanhada da escrava Ione, ao entra encontra Inhá Tonhá.
- Inhá leve Ione para tomar um banho, e rápido, pois tenho que ir até o ribeirão é de um vestido velho meu para ela.
- Sim sinhazinha vou já fazer o seu mandado.
A escrava ainda desconfiada olha para todos os cantos da sala sem perde qualquer detalhe.
- Você e filha da negra Iná?
- Sim, Mas o que a sinhazinha quer comigo?
- Você agora é escrava de dentro será mucama da sinhazinha Marta, vai dormir junto comigo no quarto no funda casa, não vai mais voltar para senzala.
- Eu não vou mais voltar à senzala?
- Sim vai poder voltar quando a sinhazinha deixar. Agora vai se banhar que eu vou buscar o vestido que a sinhazinha separou para você, e vê se lava bem.
- Sim Inhá.
Inhá Tonhá vai buscar o vestido que Marta separou para a mucama ao entrar no quarto encontra Marta deitada.
- Inhá a Ione já está banhada.
- Espera sinhá a negrinha está se banhando.
- Este é o vestido que eu separei leve também um pouco dessa água de cheiro e passe nela.
- Sim sinhazinha.
- E se apresem pôs quero voltar antes do sol forte.
Inhá Tonhá volta para o fundo da casa onde a mucama se banha nas mãos trás o vestido um par de sapatos e água de cheiro.
- Terminou Ione?
- Sim Inhá eu estou pronta.
- Passe isso no corpo, depois vista esse vestido e calce esses sapatos, a sinhazinha e muito generosa.
- Parece esse vestido e de uma rainha, sapatos eu nunca usei.
- O vestido não cabe mais na sinhazinha ela tomou mais corpo, ela ficava tão linda.
- E o vestido e muito lindo Inhá.
- Mas vá seja rápida, pois a sinhazinha que ir ao ribeirão, e você vai acompanhá-la.
- Já estou indo Inhá.
A bela mucama passa a água de cheiro sobre seu corpo às mãos calejadas arranhão a pele, mais por um momento a sofrida escrava se sente como uma princesa o vestido lhe veste como uma luva parece que foi feito sob medida, ela está pronta e vai até o encontro de Marta que ao vê-la a elogia.
- Você está muito bem com este vestido melhorou muita sua aparência não que você seja feia mais a suas roupas eram terríveis o seu cabelo não e como o das outras negras são encaracolados cai mito bem a você.
- Muito agradecida Sinhazinha pelo vestido.
- Ela e uma cabocla filha de uma negra e pai e branco.
- Você conhece meu pai Inhà?
- Alves aquele já maltratou muito negro aqui dessa fazenda.
- A prosa está boa mais agora vamos logo antes que o sol se vá.
- Sim Sinhá.
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