O Capitão deixa claras suas ordens a Surue, e vai para casa grande, Inhá Tonhá que lhe oferece um café.
- Rubens você quer tomar um café quentinho que eu acabei de fazer?
- Quero sim Tonhá traga também um pedaço de bolo, pois eu estou com fome.
- Sim Rubens eu vou buscá-lo.
Rubens sentasse a mesa e aguarda a volta de Tonhá, mais antes que perceba Laiza entra na sala.
- Bom dia Capitão?
- Bom dia senhorita?
- Vejo que dado à manhã e ao sol dela?
- Podemos dizer que sim, hoje pelo menos não a chuva como vem ocorrido nos dias que se passarão e na caserna e costume acordar cedo.
- Capitão deve ser uma vida difícil essa vida de militar.
- Tem suas compensações senhorita.
- Acho que sim, talvez a vitorias e glorias.
- Eu vou tomar café você me acompanha?
- Será um prazer eu também estou faminta apesar de ter comido tanto na festa de ontem.
- Eu darei ordens a Tonhá que lhe traga o seu café, a senhorita aguarde só um pouquinho.
- Muita, agradecida Capitão.
- A senhorita pode me chamar de Rubens.
- E você pode me chamar de Laiza.
- Esta bem Laiza eu, vou até lá dar a ordem a Tonhá.
O Capitão Rubens vai até cozinha das ordens para Tonhá e pede que ela não se demore, na sala está Laiza aguardando a volta do Capitão Rubens que não se demora em sua volta.
- Posso perguntar por que você saiu da festa ontem tão cedo?
- Meu pai não explicou o que houve?
- Explicou, falou que um animal tinha tentado pular a cerca e quebrou a pata e por isso teve que ser sacrificado.
- E bem o estilo dele.
- Por que, não foi isso?
- Para ele era apenas um animal, mais para mim um amigo.
- Vejo que você gostava bastante desse animal!
- Sim ele foi muito importante para mim.
- A escrava já está chegando com o café.
- Tonhá e o nome dela.
- Agradecida Tonhá.
- Não há de que sinhazinha.
- Pode ir Tonhá assim que nos terminarmos eu lhe aviso.
- Com sua licença Rubens.
- Vejo que você e simpatizante dos escravos.
E um abolicionista?
- Eu não creio que a escravatura no Brasil vá durar muito tempo.
E vocês têm muitos escravos em sua fazenda?
- Sim são muitos negros que prestam serviço para meu pai.
- E como são tratados?
- Como escravos, se a escravatura não durar muito como você está falando infelizmente a outro mal que ainda continuara por muito tempo.
- E qual e esse mal Laiza?
- O racismo Rubens os negros não são muito bem visto na sociedade.
- E você o que acha da escravatura?
- Se não o tivermos, nossos cafés apodreceram em nossas fazendas, mais não quero falar sobre isso prefiro não optar sobre esse assunto afinal eu não quero ser nenhuma Baronesa do café.
- Mais não demora e vamos ver livres os negros de nossa terra e com certeza o café não irá apodrecer no pé.
- Fala com tanta certeza que prefiro acreditar em suas palavras.
- E faz muito bem nisso.
- E você quando volta para o Rio de Janeiro?
- Daqui uns três ou quatro dias.
- Eu estou aqui há um dia e meio e ainda não conheço a fazenda.
- Por isso não, eu mesmo faço questão de levá-la para conhecer as terras de meu pai.
- Eu ficarei muito agradecida pela companhia tão agradável.
Os dois se deliciam com o bolo de Inhá Tonha, na cidade o povo começa a se levantar, mais a casa de pão ainda está fechada, na igreja já se ouve os badalos do sino anunciando a hora da missa de ações de graças.
- Já de pé Zâmbia?
- Sim senhor.
- O que você arrumou na Meriza ontem à noite?
- Lourenço me pegou dentro da senzala, motivo suficiente para que o Barão Manolo aparecesse.
- E os dois disparos que foram feitos?
- Um dos disparos foi Lourenço para que eu não fugisse o outro foi o Barão no peito de um escravo que entrou em minha frente para morrer em meu lugar.
- E quem era o escravo que salvou sua vida?
- Nego Bento, ele era o escravo mais velho da Meriza ele já não trabalhava mais na lida e andava dentro da fazenda como um escravo livre, ninguém o incomodava nem mesmo Lourenço, segundo historias contado pelos meus irmãos, o Barão Manolo tinha uma divida de gratidão com Nego Bento por ter salvado seu filho o Capitão Rubens de se afogar no rio Paraíba.
- Veja só você meu jovem como e a vida tem suas surpresas, o Barão Manolo tirou a vida daquele que um dia salvou a vida de seu filho.
- Ele estava com muito ódio para chegar aonde chegou.
- Então se prepara porque ai vem encrenca Zâmbia, e encrenca das grandes.
- Eu sei seu Credencio, eu devo continuar aqui ou vou-me embora?
- Tome café abra a venda e vá trabalhar e o restante nós veremos depois.
- Isso não vai trazer problemas para o senhor?
- Fique tranquilo, pois problemas você já me causou alguns.
- Não era minha intenção senhor Credencio.
- Pelo menos você viu sua mãe?
- Vi sim senhor pouco tempo mais eu a vi.
- Então não foi e vão, agora vamos tomar café e pegue pão com Pascoal e fique atento Zâmbia!
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