quinta-feira, 2 de junho de 2011

Zâmbia explica ao senhor Credencio o ocorrido na fazenda Meriza.

O Capitão deixa claras suas ordens a Surue, e vai para casa grande, Inhá Tonhá que lhe oferece um café.
-         Rubens você quer tomar um café quentinho que eu acabei de fazer?
-         Quero sim Tonhá traga também um pedaço de bolo, pois eu estou com fome.
-         Sim Rubens eu vou buscá-lo.
Rubens sentasse a mesa e aguarda a volta de Tonhá, mais antes que perceba Laiza entra na sala.
-         Bom dia Capitão?
-         Bom dia senhorita?
-         Vejo que dado à manhã e ao sol dela?
-         Podemos dizer que sim, hoje pelo menos não a chuva como vem ocorrido nos dias que se passarão e na caserna e costume acordar cedo.
-         Capitão deve ser uma vida difícil essa vida de militar.
-         Tem suas compensações senhorita.
-         Acho que sim, talvez a vitorias e glorias.
-         Eu vou tomar café você me acompanha?
-         Será um prazer eu também estou faminta apesar de ter comido tanto na festa de ontem.
-         Eu darei ordens a Tonhá que lhe traga o seu café, a senhorita aguarde só um pouquinho.
-         Muita, agradecida Capitão.
-         A senhorita pode me chamar de Rubens.
-         E você pode me chamar de Laiza.
-         Esta bem Laiza eu, vou até lá dar a ordem a Tonhá.
O Capitão Rubens vai até cozinha das ordens para Tonhá e pede que ela não se demore, na sala está Laiza aguardando a volta do Capitão Rubens que não se demora em sua volta.
-         Posso perguntar por que você saiu da festa ontem tão cedo?
-         Meu pai não explicou o que houve?
-         Explicou, falou que um animal tinha tentado pular a cerca e quebrou a pata e por isso teve que ser sacrificado.
-         E bem o estilo dele.
-         Por que, não foi isso?
-         Para ele era apenas um animal, mais para mim um amigo.
-         Vejo que você gostava bastante desse animal!
-          Sim ele foi muito importante para mim.
-         A escrava já está chegando com o café.
-         Tonhá e o nome dela.
-         Agradecida Tonhá.
-         Não há de que sinhazinha.
-         Pode ir Tonhá assim que nos terminarmos eu lhe aviso.
-         Com sua licença Rubens. 
-         Vejo que você e simpatizante dos escravos.
          E um abolicionista?
-         Eu não creio que a escravatura no Brasil vá durar muito tempo.
E vocês têm muitos escravos em sua fazenda?
-         Sim são muitos negros que prestam serviço para meu pai.
-         E como são tratados?
-         Como escravos, se a escravatura não durar muito como você está falando infelizmente a outro mal que ainda continuara por muito tempo.
-         E qual e esse mal Laiza?
-         O racismo Rubens os negros não são muito bem visto na sociedade.
-         E você o que acha da escravatura?
-         Se não o tivermos, nossos cafés apodreceram em nossas fazendas, mais não quero falar sobre isso prefiro não optar sobre esse assunto afinal eu não quero ser nenhuma Baronesa do café.
-          Mais não demora e vamos ver livres os negros de nossa terra e com certeza o café não irá apodrecer no pé.
-         Fala com tanta certeza que prefiro acreditar em suas palavras.
-         E faz muito bem nisso.
-         E você quando volta para o Rio de Janeiro?
-         Daqui uns três ou quatro dias.
-         Eu estou aqui há um dia e meio e ainda não conheço a fazenda.
-         Por isso não, eu mesmo faço questão de levá-la para conhecer as terras de meu pai.
-         Eu ficarei muito agradecida pela companhia tão agradável.
Os dois se deliciam com o bolo de Inhá Tonha, na cidade o povo começa a se levantar, mais a casa de pão ainda está fechada, na igreja já se ouve os badalos do sino anunciando a hora da missa de ações de graças.
-         Já de pé Zâmbia?
-         Sim senhor.
-         O que você arrumou na Meriza ontem à noite?
-         Lourenço me pegou dentro da senzala, motivo suficiente para que o Barão Manolo aparecesse.
-         E os dois disparos que foram feitos?
-         Um dos disparos foi Lourenço para que eu não fugisse o outro foi o Barão no peito de um escravo que entrou em minha frente para morrer em meu lugar.
-         E quem era o escravo que salvou sua vida?
-         Nego Bento, ele era o escravo mais velho da Meriza ele já não trabalhava mais na lida e andava dentro da fazenda como um escravo livre, ninguém o incomodava nem mesmo Lourenço, segundo historias contado pelos meus irmãos, o Barão Manolo tinha uma divida de gratidão com Nego Bento por ter salvado seu filho o Capitão Rubens de se afogar no rio Paraíba.
-         Veja só você meu jovem como e a vida tem suas surpresas, o Barão Manolo tirou a vida daquele que um dia salvou a vida de seu filho.
-         Ele estava com muito ódio para chegar aonde chegou.
-         Então se prepara porque ai vem encrenca Zâmbia, e encrenca das grandes.
-         Eu sei seu Credencio, eu devo continuar aqui ou vou-me embora?
-         Tome café abra a venda e vá trabalhar e o restante nós veremos depois.
-         Isso não vai trazer problemas para o senhor?
-         Fique tranquilo, pois problemas você já me causou alguns.
-         Não era minha intenção senhor Credencio.
-         Pelo menos você viu sua mãe?
-         Vi sim senhor pouco tempo mais eu a vi.
-         Então não foi e vão, agora vamos tomar café e pegue pão com Pascoal e fique atento Zâmbia!

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