Enquanto o jovem segue para o milharal vem ao seu encontro Rubens e Laiza retornam do seu passeio.
- Bom dia Leo, para onde vai com tanta pressa?
- Bom dia meu irmão bom dia senhorita Laiza, eu vou até o milharal e depois vou ver a lida dos negros no cafezal.
- O papai já retornou do cafezal?
- Sim Rubens ele está proseando com Barão Torres, Baronesa Helena e Pedro lá na sala.
- Ele perguntou sobre eu e Laiza?
- Não, eles falavam de café de escravos acho que esse era o assunto.
- Vá com Deus e não se atrase para o almoço, não se esqueça de que temos visita!
- Certo eu não esquecerei, agora me vou antes que se aumente o sol.
Leonardo anda rapidamente em direção ao milharal e em pouco tempo de caminhada encontra Ione a colher algumas espigas, Ione não percebe a chegada de Leonardo esse a agarra por trás tampando levemente sua boca.
- Larga-me Sinhozinho, você me assustou!
- Por que se assustou, sabes que sou eu!
- E agora por saber que e você eu peço que não me toque.
- Você parece uma onça brava, mais eu lhe digo que isso que eu gosto em você.
- Sinhozinho eu peço que me deixe em paz.
- E eu poço ao menos saber o motivo de tanta irritação em me ver?
- Por que sou apenas uma escrava e não uma sinhazinha como a da festa de ontem.
- Você está com ciúmes?
- Claro que não, eu sei qual e o meu lugar e certo que não e ao seu lado sinhozinho Leonardo, agora me solte, pois eu tenho que ajudar Inhá Tonhá na cozinha.
- Hoje à noite eu quero que me encontre no estábulo!
- Porque não vai pedir a seu pai uma mucama para você se satisfazer, eu já sou mucama de sua irmã e não objeto do seu desejo.
- E uma mucama muito abusada e ciumenta.
- Eu não tenho ciúmes do Sinhozinho.
- Bem eu vou te aguarda lá assim que as luzes da casa grande se apagar.
- Fique esperando sinhozinho Leonardo eu vou pedir a permissão de sua irmã Marta ela há de gostar.
- Pois bem Ione faça conforme quiser só não me deixe aguardando, eu costumo me irritar com faltas e atrasos.
Com um sorriso a linda negra se despede do Sinhozinho como uma moleca faceira enquanto ele segue para bandas do cafezal.
Não muito longe dali o Capitão do Mato coordena o trabalho ao percebera chegada de Leonardo grita e ameaça os negros que cansados e com medo obedecem rapidamente às ordens de Lourenço.
- Bom dia Lourenço.
- Bom dia sinhozinho Leonardo.
- E ai como está à lida?
- Está tudo correndo bem os negros já estão na parte final da colheita.
- E cadê Suruê?
- O senhor seu pai colocou o negro no tronco por causa de umas conversas que sairão.
- E que conversas são essas Lourenço?
- O Sinhozinho ainda não sabe que Suruê me afastou ontem da senzala para facilitar a entrada daquele antigo escravo, mais o Capitão Rubens disse que eu não estou ouvindo muito bem e que isso foi um grande equivoco.
- E porque foi um grande equivoco?
- Ele disse que eu confundi Barão com Capitão e que foi ele que mandou Inhá Tonhá me servi, pois queria me pagar um favor que eu lhe tinha lhe feito.
- E qual esse favor?
- E levei um pouco de fumo para o falecido Nego Bento.
- E foi isso que aconteceu?
- Sim eu tinha realmente levado fumo a ele.
- Então se isso que meu irmão falou você teve realmente ter se confundido, eu não creio Rubens pudesse facilitar a entrada de um escravo aqui na fazenda ele pediria ao meu pai, Rubens e homem que anda conforme a cartilha de nosso pai.
- O Sinhozinho conhece o escravo que entrou aqui?
- Eu conheço cada escravo dessa fazenda não iria me esquecer daquele que se foi para a guerra, eu mesmo que o escolhi para ir, eu não acreditava que Zâmbia iria voltar.
- E mais voltou e com a carta de alforria assinada pelo Imperador.
- E o que aquele escravo queria aqui?
- Talvez soltar os seus irmãos para fugir para algum quilombo conforme seu pai falou.
- Vamos reforça a segurança da casa grande e da senzala e se por acaso ele aparecer novamente atire para matar, o resto eu verei com o senhor meu pai.
Agora vou me retirar vou até a cocheira para ver meu cavalo.
- Até Sinhozinho.
- Até.
Nenhum comentário:
Postar um comentário