segunda-feira, 27 de junho de 2011

Serra da Paixão "O ASSÉDIO"

Enquanto o jovem segue para o milharal vem ao seu encontro Rubens e Laiza retornam do seu passeio.
-         Bom dia Leo, para onde vai com tanta pressa?
-         Bom dia meu irmão bom dia senhorita Laiza, eu vou até o milharal e depois vou ver a lida dos negros no cafezal.
-         O papai já retornou do cafezal?
-         Sim Rubens ele está proseando com Barão Torres, Baronesa Helena e Pedro lá na sala.
-         Ele perguntou sobre eu e Laiza?
-         Não, eles falavam de café de escravos acho que esse era o assunto.
-         Vá com Deus e não se atrase para o almoço, não se esqueça de que temos visita!
-         Certo eu não esquecerei, agora me vou antes que se aumente o sol.
Leonardo anda rapidamente em direção ao milharal e em pouco tempo de caminhada encontra Ione a colher algumas espigas, Ione não percebe a chegada de Leonardo esse a agarra por trás tampando levemente sua boca.
-         Larga-me Sinhozinho, você me assustou!
-         Por que se assustou, sabes que sou eu!
-         E agora por saber que e você eu peço que não me toque.
-         Você parece uma onça brava, mais eu lhe digo que isso que eu gosto em você.
-         Sinhozinho eu peço que me deixe em paz.
-         E eu poço ao menos saber o motivo de tanta irritação em me ver?
-         Por que sou apenas uma escrava e não uma sinhazinha como a da festa de ontem.
-         Você está com ciúmes?
-         Claro que não, eu sei qual e o meu lugar e certo que não e ao seu lado sinhozinho Leonardo, agora me solte, pois eu tenho que ajudar Inhá Tonhá na cozinha.
-         Hoje à noite eu quero que me encontre no estábulo!
-         Porque não vai pedir a seu pai uma mucama para você se satisfazer, eu já sou mucama de sua irmã e não objeto do seu desejo.
-         E uma mucama muito abusada e ciumenta.
-         Eu não tenho ciúmes do Sinhozinho.
-         Bem eu vou te aguarda lá assim que as luzes da casa grande se apagar.
-         Fique esperando sinhozinho Leonardo eu vou pedir a permissão de sua irmã Marta ela há de gostar.
-         Pois bem Ione faça conforme quiser só não me deixe aguardando, eu costumo me irritar com faltas e atrasos.
Com um sorriso a linda negra se despede do Sinhozinho como uma moleca faceira enquanto ele segue para bandas do cafezal.
Não muito longe dali o Capitão do Mato coordena o trabalho ao percebera chegada de Leonardo grita e ameaça os negros que cansados e com medo obedecem rapidamente às ordens de Lourenço.
-         Bom dia Lourenço.
-         Bom dia sinhozinho Leonardo.
-         E ai como está à lida?
-         Está tudo correndo bem os negros já estão na parte final da colheita.
-         E cadê Suruê?
-         O senhor seu pai colocou o negro no tronco por causa de umas conversas que sairão.
-         E que conversas são essas Lourenço?
-         O Sinhozinho ainda não sabe que Suruê me afastou ontem da senzala para facilitar a entrada daquele antigo escravo, mais o Capitão Rubens disse que eu não estou ouvindo muito bem e que isso foi um grande equivoco.
-         E porque foi um grande equivoco?
-         Ele disse que eu confundi Barão com Capitão e que foi ele que mandou Inhá Tonhá me servi, pois queria me pagar um favor que eu lhe tinha lhe feito.
-         E qual esse favor?
-         E levei um pouco de fumo para o falecido Nego Bento.
-         E foi isso que aconteceu?
-         Sim eu tinha realmente levado fumo a ele.
-         Então se isso que meu irmão falou você teve realmente ter se confundido, eu não creio Rubens pudesse facilitar a entrada de um escravo aqui na fazenda ele pediria ao meu pai, Rubens e homem que anda conforme a cartilha de nosso pai.
-         O Sinhozinho conhece o escravo que entrou aqui?
-         Eu conheço cada escravo dessa fazenda não iria me esquecer daquele que se foi para a guerra, eu mesmo que o escolhi para ir, eu não acreditava que Zâmbia iria voltar.
-         E mais voltou e com a carta de alforria assinada pelo Imperador.
-         E o que aquele escravo queria aqui?
-         Talvez soltar os seus irmãos para fugir para algum quilombo conforme seu pai falou.
-         Vamos reforça a segurança da casa grande e da senzala e se por acaso ele aparecer novamente atire para matar, o resto eu verei com o senhor meu pai.
Agora vou me retirar vou até a cocheira para ver meu cavalo.
-         Até Sinhozinho.
-         Até.

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