sábado, 26 de março de 2011

Serra da Paixão 3º Capitulo

Serra da Paixão


Capitão Rubens parte para senzala, a procura do velho Negro Bento, esse um dos pioneiros da fazenda trabalhou com os avós de Rubens, negro que sabe muito da vida alheia e dos fatos corriqueiro da fazenda. Ao lado da senzala Rubens vê o velho tronco e muito sangue no chão, Rubens não gosta do tratamento que e dado aos escravos da fazenda pelo Capitão do Mato, ordens que partem de seu pai o Barão Manolo, alguns negros da senzala estão doente se Deus ajudar sobreviveram, encostado na parede da senzala pitando um cigarro de palha está Negro Bento, solta um sorriso quando vê Capitão Rubens, o velho não se levanta, pois o sinal do Capitão e para que ele fique sentado, o Capitão pega um banco feito com pedaço de tronco de arvore e senta-se ao lado de Negro Bento. 
- Olá Bento.
- Menino Rubens! Venho ver velho Bento?
- Claro velho amigo, a saudade era muita, das nossas velhas conversas e das boas risadas.
- E o menino já e homem formado, herói do povo daqui, eu também quis ir para tal guerra, mas o Barão não deixou, falo que ia dar trabalho para o exército.
- A guerra é muito difícil velho amigo, pessoas morrem a todo minuto são degoladas como galinha, sem dó e nem piedade.
- Se escravo também e muito difícil, a dor da chibata machuca a carne e a alma e nossa dignidade e quando a velhice chega, nós ficamos a mercê do destino.
- O amigo não está bem, algo lhe falta?
- Estou bem, estou aguardando a morte chegar, posso ficar na senzala ou andar pela fazenda, sou quase um negro livre. 
- Fico feliz em saber que pode caminhar pela fazenda como um negro livre.
- E mais e os outros irmãos, sempre vigiado pelo Capitão do Mato qualquer erro e tronco neles, meus olhos estão cansados de ver tanto sofrimento.
- Vejo a tristeza em teus olhos, mais um dia todos serão livres.
- Mais um dia, e sonho de todos os dias.
- As coisas há de mudar, velho amigo, tenho que ir, outrora eu passarei para vê-lo  novamente.
  Você está precisando de alguma coisa?
- Talvez um pouco de fumo.
- Vou providenciar, mais antes quero te entregar o patuá que me deu antes da minha partida para a guerra.
- Não Rubens ele ainda a de te servir, pois a maior guerra e a vida.
- Certo negro Bento eu aceito a proteção do patuá, pois, se ele me ajudou a voltar dessa guerra vai continuar a me ajudar, mais agora eu preciso ir velho amigo fica com Deus.
- Vá com ele Rubens e não se esqueça de continuar lutando pelos nossos irmãos.
Longos passos levam em pouco tempo capitão Rubens a casa grande, na chegada Rubens vê Lourenço e o chama. 
- Lourenço venha cá!
- Pois não capitão Rubens.
- Eu quero que me faça um favor quero que leve algum fumo para o Negro Bento, mais tarde eu vou deixar com Tonhá pegue e leve até a senzala.
- Sim senhor eu levarei conforme a vontade do senhor.
- Muito agradecido Lourenço depois eu arrumo um jeito de recompensá-lo.
- Que isso capitão assim o senhor me ofende.
- Não leve para esse lado, mais eu fico agradecido agora pode ir.
- Até capitão.
- Até Lourenço.
O capitão agora chega à varanda onde o barão está sentado em uma cadeira a ler um jornal o barão tira sua atenção do jornal e volta para Rubens.  
- Perdeu o cavalo Capitão?
- Não meu pai. O índio já colocou, ele no coxo.
- A encomenda Rubens cadê?
- Está com inhá Tonha, pedi que Jarty a entregasse.
- Peça para trazer a encomenda até a mim.
- Sim Senhor, eu entrarei para almoçar.
- Vá a mesa está pronto! Sua mãe e Marta foram até a cidade comprar o pano para o vestido e Marta.
- Não as encontrei no caminho, também passei tão rápido.
- Vá almoçar Rubens peça para Tonhá se apressar com a encomenda.
- Sim senhor.  
Na cidade não muito distante dali, entra na igreja um rapaz vestindo uma batina preta, chega com uma carta nas mãos, gritando.
- Padre Martins, Padre Martins.
- Pois não no que eu posso ajudá-lo.
- Que Deus lhe abençoe, eu sou o padre Borges, e fui designado por Vossa Excelência o Cardeal para estar junta ao senhor na obra paroquial e na construção da nova igreja.
- O graças a Deus, seja bem vindo padre Borges, fez boa viagem?
- Sim, venho de São Paulo estive com o imperador D Pedro em alguns dias ele estará seguindo viagem para o Guanabara.
- Deve estar cansado da viagem?
- Sim senhor padre Martins, casando e com fome.
- Venha vou lhe mostrar o seu aposento, espero que goste, logo após fará sua refeição.
Na taberna do italiano Edson, o movimento e grande, Pascoal toma um copo de vinho enquanto conversa com Lindolfo.
- Padre novo na cidade, eles já estão substituindo o padre Martins.
- Não acredito que velho Martins ainda dure muito tempo.
- Vocês dois estão gorando o pobre padre.
- Fica quieto italiano e serve mais uma rodada.
- Olha não e Marta a filha do Barão Manolo?
- E ela mesma, dizem que vai ficar noiva a semana que vem e haverá uma grande festa na fazenda.
- Noiva de quem?
- Um filho de Barão.
- E Lindolfo se teu pai fosse Barão, teria chance com a linda Marta.
- Estou bem sendo filho de quem eu sou quanto a Marta eu não gostaria de ser proprietário de escravos, pois sou caboclo.
- E apenas uma brincadeira!
- Mais a minha colocação será mantida.
- Mais deixe de prosa por que está ai a outra taça de vinho que me pedirão.
- Muito grato Edson. 
Enquanto Lindolfo e Pascoal se deliciam com o vinho a senhora Rosa e Marta fazem compras para a festividade que ocorrera na fazenda, Marta escolhe um lindo pano para um belo vestido, a Senhora Rosa opina na escolha, e solta sorriso de aprovação quando o pano e da cor vermelho.
- A cor da Monarquia, para minha linda princesa.
- Sim ficarei com esse.
No outro lado dá praça Dona Adelaide a vista a amiga Rosa, atravessa em sua direção e cumprimenta.
- Boa tarde baronesa Rosa.
- Boa tarde Adelaide.
- Está fazendo a compra do pano do vestido de Marta?
- Sim amiga a festa está chegando eu ainda vou levá-la a costureira para tirar as medidas e fazer um belo vestido.
- Marta não parece muito animada, com o seu noivado ou essa cara e ansiedade.
- Estou feliz, seu meus pais estão eu também estou.
- Uma boa filha pena que Lúcia não pensa assim, vive a sonhar com Pascoal aquele padeiro.
- Dono da casa de pão minha amiga.
- E mais não e o que eu sonhei para minhas filhas.
- A senhora, Lúcia e Virginia estão convidadas, por favor, não faltem.
- Muito grata pelo convite com certeza estaremos lá.
  A Senhora Rosa e a jovem Marta se despedem de Dona Adelaide, e vão, à casa da costureira, a única que há na cidade, dona Alma que e casada com Antonio o casal tem dois filho Lindolfo e Linda. Ao chegar Alma tira as medidas de Marta.
- Bem Marta a medidas já estão tiradas, agora e só voltar para fazer aprova do vestido.
- Espero que fique lindo eu quero que Marta seja a mais bela da festa.
- E será baronesa!
- E você Dona Alma vai a festa?
- Não sei menina Marta tenho que ver com Antonio.
- Ficarei muito feliz se lá estiver junto com sua família.
- Faça minha a palavras de minha filha.
- Fico grata com vosso convite mais não prometo minha presença.
- Alma está ficando tarde a lua já está tomando o lugar do sol agora eu vou indo e voltou quando o vestido estiver pronto gostaria que mandasse Lindolfo me avisar assim que isto acontecer. Vou me apressar, pois quero jantar com toda a família Rubens voltou hoje foi até a fazenda do Doutor Brás buscar uma encomenda para Manolo, mais pelas horas já está de volta.
- Sim baronesa assim que o vestido estiver pronto certamente Lindolfo irá até a fazenda para avisar, e mande lembranças ao Barão e aos seus filhos.
- Até Alma deixe lembranças para Linda e Lindolfo.
- Deixo sim baronesa e vá com Deus.
- Fique com Deus.   
 A baronesa e Marta se despedem rapidamente e partem para a fazenda a tarde mais uma vez vem caindo, Dona Alma aguarda seu Antonio chegar, coloca o jantar e comenta.
- A Senhora Rosa e sua filha estiveram aqui hoje.
- Vieram fazer o que?
- Veio encomendar um vestido, para o aniversário e noivado de Marta.
- Comentou a chegado do capitão Rubens?
- Sim falou que ele tinha ido a fazenda do Doutor Brás, buscar uma encomenda para o pai.
- Eu queria ir nesta festa, vai ter tanta gente importante.
- Linda isto não e para você e para os grandes fazendeiros dessa região.
- Marta convidou Lindolfo e Linda, senhor meu marido.
- Só estou sonhando papai, mais bem que seria bom.
- Cadê o seu irmão Lindolfo?
- Deve estar na taberna do senhor Edson.
- Esse rapaz cada dia, mas irresponsável, nem jantar mais com a família ele janta.
- Hoje sexta-feira Antonio, Lindolfo e um rapaz trabalhador.
- Terminei papai, posso ir me deitar.
- Sim minha filha.
- Sua benção.
- Deus lhe abençoe, vou ficar aguardando o seu irmão.
Na senzala da fazenda o silencio toma a noite, dentro da casa grande a família está reunida o Barão Manolo, está sentado em uma cadeira de balanço seus filho estão em sua volta e a Senhora borda um lençol para o enxoval de Marta, Capitão Rubens comenta com o pai.
- E o menino Jarty, continua dormindo em cima das arvores?
Sim o menino não se acostuma, com a cama eu até mandei limpar um quarto no fundo da casa mais ele nunca entrou, sua vida e natureza.
- Hoje eu fui ver o Negro Bento, sua idade já bastante avançada.
- Por isso não uso ele mais na lida, só iria atrapalhar.
- Eu gostaria que o senhor desse-lhe carta de alforria.
- Bom Rubens aquele negro vive como se fosse livre, anda pela fazenda pela mata não o prendo, para que carta de alforria?
- Pai era um modo de agradecer o que ele fez por mim, ele é um bom negro.
- Negro Bom e negro morto ou no tronco.
- Leonardo cale-se, o Negro Bento salvou a vida de seu irmão e se o teu irmão quer dar a alforria aquele escravo então que assim seja, mais eu não vejo necessidade.
- Bom meu pai eu agradeço, vou me deitar, sua benção.
- Deus lhe abençoe, até amanhã.
- Amanhã eu irei á cidade gostaria de ir comigo Leonardo?
- Sim meu irmão.
- Então amanhã vamos combinar as nossas ida.
- Certo irmão, boa noite.
- Boa noite.
- Pai o Rubens tem o coração voltado para o lado desses negros, sempre foi amigo deles nunca gostou de negro no tronco, parece até um desses republicanos abolicionistas.
- Não diga isso Leonardo, ele só tem uma certa gratidão pelo fato de ter sido salvo por Negro Bento.
- Estou indo Leonardo.
- Sua benção meu pai.
- Que Deus lhe abençoe.
Todos se colocam dentro de seus aposentos, pois amanhã e novo dia de acordar novamente bem cedo. Só se houve o canto da coruja, que caça sua presa para se alimentar.

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