quinta-feira, 24 de março de 2011

Serra da Paixão 1º Capítulo


            Ano de 1870, a sangrenta guerra do Paraguai, está no fim e os brasileiros comemoram e a pacata cidade de Resende está em festa para a chegada dos heróis.
O nome de Duque de Caxias e bradado pelos homens da cidade, gritos de vitórias são entoados.
            Na fazenda da família Ferraz de Vasconcelos, todos estão ociosos com as noticias e o Sr Manolo, comenta com a sua esposa baronesa Rosaria, sobre o fim da guerra ela eufórica aguarda o filho Rubens de sua volta para o lar.
-         Rosa, e o fim da guerra graças a Deus.
-         Rubens está de volta, não vejo a hora de revelo, vou ver se Tonha já está com o almoço na mesa.
-          Tonha o almoço já está pronto?
Sinhá ainda falta assar a galinha, o menino Jarty, foi pegar no galinheiro, vou assá-la como a Sinhá gosta.
Jarty é um menino índio, da antiga tribo Purin, menino de 13 anos de idade muito danado só vive correndo, caçando, pescando e nadando no ribeirão ou no Paraibão.
A senzala da fazenda e muito visitada por Jarty, onde tem vários amigos como o pequeno Cauã e seu irmão Keire, esses filhos de escravos da fazenda, que trabalham sem descanso na lida do plantio do café.
Gente essa que vive a sonhar com a liberdade, Cauã e o mais sonhador e vive a comentar com Jarty.
-         Sou negro mais um dia eu serei livre, quando eu crescer vou ser igual, Sr Manolo, não andarei mais com os pés no chão usarei sapatos e terei meu próprio cavalo.
-         Prefiro andar descalço sapato aperta o pé.
-         Como tu sabes seu índio, se nem tem sapatos?
-         Um dia desses Maciel deixou que eu colocasse seus sapatos.
-         Maciel te emprestou os sapatos dele?
-         Só em quanto nadava no ribeirão, o menino Maciel tem muitos o Sr Manolo não gosta de velo de pé no chão.
Estão comentando que o Capitão Rubens chega hoje e que a tal guerra acabou.
-         Quem sabe Zâmbia também não vem a muito não temos noticias nem sabemos se ainda está vivo, em falar em irmão lá vem Keire, vamos nos esconder!
-         Vamos para mata lá ele não ira nós encontrar.
-         Sei não índio eu tenho medo da mata.
-         Medo da Pintada?
-         E se ela aparecer?
-         Eu pego meu arco e acerto ela depois nós corremos dela.
-         Jarty vamos correr e agora se Keire me ver por aqui vai querer me levar para lida.
-         Espera Cauã eu tenho de levar a galinha de Inhá Tonha, e para o almoço da família.
-         Então vamos antes que o Keire nos veja.

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