A CHEGADA DE UM HEROI.
Ao chegar à fazenda Jarty e Cauã se deparam com um cavalo de cor negra, um homem alto e com um sorriso maroto no canto da boca, grita.
- O de casa coloca o prato na mesa que a fome e do tamanho da saudade.
A família inteira sai em encontro do moço e Rubens o herói da família, apeia de seu cavalo e dá um forte abraço em sua mãe.
- Filho como você está magro.
- A comida do nosso exército não e como a comida da senhora mãe.
- E o meu abraço rapaz.
- A sua benção meu pai.
- Deus lhe abençoe, vamos entrar você deve está com fome.
- Sim meu pai com muita fome e com muitas saudades.
- Logo após o almoço colocaremos a prosa em dia.
A tarde vai e a noite vem chegando e mais um dia vem caindo e a vida na fazenda continua em calmaria, na manhã seguinte o galo canta bem cedo os negros acordam com o galo. O Barão Manolo grita pela casa os nomes de seus filhos, Maciel, Leonardo.
Da cozinha uma linda voz suave como a brisa da manhã sai em encontra ao Barão Manolo.
- Sua benção meu pai.
- Deus lhe abençoe minha filha, você poderia ter dormido até mais tarde Marta. Porque acorda tão cedo filha?
- Pai eu quero ajudar Inhá Tonhá, colocar a mesa para o café, estou fazendo um bolo para Rubens, faz tempo que ele não come um bom bolo.
- Bem se o que quer, Rubens deve acorda mais tarde, pois está cansado da viagem e a nossa prosa foi até tarde, daqui a uma semana você estará fazendo dezoito anos, terá uma festa e conhecerá o seu noivo minha filha.
- Pai como vou casar com alguém que nem conheço?
- Não se oponha a minha vontade.
- Sim senhor meu pai.
- A família Torres e uma boa família têm muitos negócios além de um bom relacionamento com a família real.
- Sim meu pai, e qual e o nome do meu futuro noivo?
- Pedro Torres, filho do Barão Edgar Torres e da Baronesa Helena Magaldi Torres.
- Pedro! Como o nosso rei, talvez seja belo como próprio.
- E um belo rapaz, agora vai ajudar Tonhá, essa escrava está cada dia, mas lenta, só não a mando para a senzala por que tu me pedes que não faça.
- Muito agradecida meu pai, Inhá Tonhá sempre cuidou de mim, e ela está muito velha para lida do cafezal.
- A sua benção meu pai.
- Deus lhe abençoe, já estava na hora Leonardo, hoje a muito para fazer, já mandei selar um cavalo para que você vá à fazenda de Doutor Brás, buscar uma encomenda que chegou para mim.
- Sim meu pai, após o café eu irei fazer o que senhor me pede.
- Pai gostaria de ir até a fazenda no lugar de Leonardo.
- Rubens meu filho! Eu pensei que iria acordar mais tarde.
- A vida na caserna me ensinou a acorda bem cedo.
- Bem não faço objeção em sua ida se e o que quer vá!
- Muito agradecido meu pai, vou e volto o mais rápido possível.
- Não vá com tanta pressa rapaz eu posso esperar.
- Bom dia a todos.
- Bom dia Rubens eu mesmo fiz um bolo para que você tome um bom café da manhã.
- Essa mordomia passa logo meu irmão.
- Esta com ciúmes Leonardo?
- Parem com essa prosa meus filhos e vamos à mesa o café nos aguardada.
O cavalo selado em frente à casa só espera o Rubens tomar o seu café da manhã, o caminho para a fazenda do Doutor Brás e muito fechado a uns vinte quilômetros, para o sul da fazenda Campo Belo, e preciso pegar um pedaço da mata depois de passar pela cidade, e se torna muito perigoso para o cavalo porque as cobras andam por todos os lados.
A PASSAGEM PELA CIDADE
Rubens segue em direção à fazenda do Doutor Brás em galopes seu cavalo responde bem ao Capitão e logo estão na cidade onde segura as rédeas para cumprimentar a todos os conhecidos.
- Olá seu Edson, como vai à taberna?
- Bem, e bom velo novamente Rubens.
- Muito agradecido. Sua benção padre Martins.
- Deus lhe abençoe Rubens, eu estou muito feliz com sua volta.
- Também estou muito feliz de ter voltado e rever a Resende e seus moradores.
- Bem Rubens eu espero você na igreja domingo para prosearmos depois da missa.
- Se possível estarei lá.
- Ti aguardarei lá mande lembranças para o Barão.
As moças da cidade lançam olhares sobre Rubens, ele apenas acenava com um gesto e arranca suspiro o comentário que o filho do Barão Manolo estava de volta já não era mais novidade.
Ao entrar na mata ele a vista o ribeirão, apeia do cavalo e da água ao animal, abaixa-se em com as mãos em forma e concha apanha um pouco de água joga em sua cabeça e bebe um pouco, o calor e forte e água fresca do ribeirão refresca a garganta, ele senta-se e descansam uns dez minutos, não pelo cansaço mais sim para deslumbrar a bela paisagem do Vale do Paraíba, logo após monta o cavalo e sai em disparada à fazenda do Doutor Brás.
A FAMILIA BRÁS E A LINDA MARIA.
Ao chegar à fazenda, Rubens e avistado pelos os escravos de dentro, logo Doutor Brás sai à porta e aguarda a chegada de Rubens.
- E de paz.
- Então não e filho Capitão do amigo Manolo!
Como vai rapaz?
- Bem Doutor Brás.
- Você está mais magro e mais velho.
- Que estou mais magro mamãe comentou ontem mais velho ela não falou.
- Pois e a ultima vez que lhe vi você ainda era um rapaz, hoje tem barba e bigode.
Desça do cavalo e venha beber um copo de suco.
- Vou aceitar Doutor Brás, pois estou com muita sede.
- Belo animal esse!
- Ganhei de presente do próprio Duque de Caxias, pelas atuações que eu tive em combate.
- Bem deixa de prosa e entre.
Ao entrar na casa Rubens fita os olhos em uma linda moça, atrás de uma cortina sua silhueta encanta o rapaz ele só responde as perguntas de Doutor Brás com o gesto de cabeça, totalmente se prestar atenção nas perguntas.
- Sente rapaz.
- Muito agradecido.
- Vou providenciar algo para beber.
- Sim Doutor.
- Zenaide, cadê você?
- Senhor patrão!
O que o patrão deseja?
- Traga um suco para o Capitão Rubens! Seja rápida mulher!
Ou você quer que rapaz morra de sede?
- Já estou indo patrão.
- Enquanto você aguarda, vou buscar a encomenda de seu pai, você não se incomoda de ficar algum tempo sozinho?
- Claro que não.
Na cozinha Maria filha de Doutor Brás fala para Zenaide, deixar que ela mesma sirva o visitante.
- Sinhazinha teu pai mandou que eu leve.
- Não discuta Zenaide, eu mesmo levarei.
Ela segue para sala com uma enorme jarra de suco onde em pouco tempo encontra o Capitão e antes que o cumprimente serve um grande copo de suco de laranja.
- Olá Capitão Rubens.
- Olá menina Maria, muito grato pelo suco.
Mais por favor, não me chame de Capitão.
- Então não me chame de menina.
- É realmente você já não e mais uma menina, cresceu e já e uma bela moça e ainda faz um bom suco de laranja.
- Agradeço o elogio, apesar de não merecer, o suco não fui eu que fiz, e sim Zenaide nossa empregada.
- Empregada!
Já estão adotando a mão de obra remunerada?
- Sim meu pai não tem mais escravos sobre o seu domínio diz ser mais justo pagá-los pelos serviços prestados.
- Melhor assim eu também queria que o meu pai tivesse essa à mesma idéia.
- Quem sabe um dia isso não aconteça um dia será dona da fazenda colocara em pratica suas idéias.
- Não penso em me tornar fazendeiro mais se esse for o meu destino eu aceitarei com total responsabilidade.
- Vejo que amadureceu a guerra lhe fez um homem sem medo de assumir responsabilidades.
- E me ensinou a lutar pelo o que quero.
A moça tem olhos de um azul que eu nunca vi em olhos nenhum, belo como o azul do céu.
- O moço e muito atrevido!
- Não gosta de elogios?
- Não estou acostumada a ouvi-los.
- Mas deveria, pois a sinceridade faz parte do caráter das pessoas.
- Fico agradecida mais não estou a mercê de receber tal elogio.
- Mais porque já lhe disse que estou sendo sincero.
- Sou uma moça compromissada e não convém que aceite elogio de outro a não que seja do meu pretendente.
- Espero que ele esteja lhe fazendo o que você me proíbe.
- Papai está voltando.
- Quando será que há verei de novo?
Os dois percebendo que o Doutor Brás estava chegando mudaram rapidamente o assunto.
- Sou moça muito religiosa, não perco uma missa!
- Do que vocês estão falando?
- Do Padre Martins papai.
- Não incomode o rapaz falando daquele velho teimoso.
- Ela não me incomoda Doutor.
- Papai não gosta do Padre Martins, diz que sua teimosia ainda vai acabar mal.
- Sou a favor do desenvolvimento e acho que a ciência deve caminha ao lado da religião ser for para o bem comum.
Você não concorda Rubens?
- Eu também acho e digo ainda mais a igreja deveria ter mais participação junto à causa abolicionista.
- Bom rapaz essa luta será uma grande vitória e logo poderemos ver a cristas desses coronéis quebradas.
- Bem o suco está fresco? Sirva um copo para o seu velho pai.
- Sim senhor.
- Onde está Miguel?
- Miguel está estudando na Bahia, logo estará aqui em Resende para trabalhar no hospital junto comigo.
- Tenho saudade do velho amigo.
- Rubens fica para almoçar?
- Não Doutor Brás, eu vou seguir viagem, o senhor meu pai aguarda está encomenda, talvez em outra ocasião.
- Bem assim seja, mande lembranças ao meu amigo Manolo.
- Sim senhor, mas eu já agradeço em seu nome.
UMA MÃE SOFRE PELA FALTA DE SEU FILHO
Rubens montou o seu cavalo e mais uma vez sai em disparada, entrou na mata e logo estava na cidade não fez parada e não cumprimentou ninguém, ao entrar na porteira da fazenda viu Jarty, sentado embaixo de uma arvore, parou o animal perto do indiozinho e perguntou.
- O que está fazendo sentado ai Jarty?
- Rubens eu estou aguardando Cauã, nos vamos pescar um peixe para a nossa janta.
- Bem sabe montar?
- Sei sim senhor.
- Então leva o cavalo para o coxo, eu vou dar uma volta pelo cafezal rever os velhos amigos negros, apesar de papai não gostar que me misture com eles, não fale para onde fui certo seu moleque?
- Sim senhor Capitão.
- Há tem uma encomenda amarrada na sela, entregue a inhá Tonhá, fale para entregar ao meu pai.
- Está bem Capitão, já estou indo.
- De comida e água para o Furacão, se eu encontrar o menino Cauã, falo para ele te aguarda por aqui.
- Sim Sinhozinho, eu irei galopando, e voltarei correndo.
O Capitão Rubens sai em caminhada para o cafezal, quase nada havia mudado desde sua saída para as tropas do exército, andava observando a lida dos escravos, agora bem menos, pois o rei havia solicitado negros para lutar na guerra da Triplece Aliança.
O Capitão do Mato estava sempre com olhos atentos, seu chicote sempre na mão, não havia descanso o trabalho era duro.
Mais alguns passos e o Capitão Rubens avista uma negra que vem ao seu encontro, negra Geruza para em sua frente, com olhos cheios de lagrimas pergunta.
- Sinhozinho Rubens, o senhor não sabe noticias de meu filho Zâmbia?
- Geruza a ultima vez que vi Zâmbia ele estava em combate no lado dos argentinos, onde ande a guerra era mais intensa, depois não vi mais o soldado Zâmbia.
- Não tenho noticia desde sua partida.
- Agora só resta esperar as tropas serão desfeitas, e os negros sobreviventes serão liberados do serviço militar.
- Muito agradecida; vou continuar á lida, pois ainda a muito café para se colher.
- Vá Geruza, se eu tiver qualquer noticia, eu lhe direi.
Geruza cadê o negro Bento?
- Está na senzala, ele está muito velho para a lida, seu pai diz que ele só atrapalha e não produz nada.
- Vou vê-lo, até mais Geruza.
- Até Sinhozinho Rubens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário