Zâmbia olha o movimento das charretes enquanto ajuda seu Credencio a fechar a venda.
- Seu Credencio eu queria saber se posso montar um cavalo do senhor logo mais?
- Para onde você irá Zâmbia?
- Eu preciso ir até a fazenda Meriza.
- Por Deus homem você está louco?
- Não senhor eu preciso ver a minha mãe.
- E você acha que o barão vai abrir a senzala para você?
- Não senhor mais Marta vai se encarregar do Lourenço para que eu possa entrar na senzala.
- Marta a filha do Barão?
- Sim senhor ela vai me ajudar a ver minha mãe.
- Não sei não eu acho isso perigoso se o Barão te pega lá ele te coloca no tronco.
- Mesmo com todos os riscos eu preciso tentar seu Credencio.
- Bem se assim que tu queres, pegue o cavalo, mais muito cuidado rapaz Lourenço e homem muito astuto.
- Eu tomarei cuidado, todos estarão ocupados na festa eu não vejo perigo e com Lourenço longe não será difícil.
- Talvez você tenha razão, mais eu ainda acho essa ideia ariscada por demais.
A noite caia sobre a cidade todos se preparam para ir à festa mais comentada da cidade, na fazenda Meriza os últimos preparativos são executados pela baronesa Rosaria e alguns convidados já estão a chegar que são prontamente recepcionados por Leonardo e o capitão Rubens.
Com a mesa farta e boa música, eles recebem os convidados entre sorrisos, no quarto de Marta, Ione se prepara para ser a dama de companhia, não muito acostumada a belas roupas e sapatos fica meio desconjuntada ao vestir a roupa.
- Ficou muito bem Ione!
- Obrigada sinhazinha, mais estes sapatos estão a aperta o meu pé de tal maneira que eu acho que eu não vou conseguir andar.
- E assim mesmo logo você irá se acostumar logo nem sentira que está com eles nos pés.
Agora desça, pois eu irei me arrumar!
- Está bem Marta, mais onde devo ficar?
- Vá até a cozinha ver se Tonhá está precisando de algo e se Surue estiver por lá diga para aguardar na cozinha que eu preciso lhe passar algumas ordens referentes à festa, mais cuidado para não amassar o vestido e nem sujá-lo.
- Está bem Marta eu vou tomar muito cuidado.
Ione segue em direção à cozinha obedecendo às ordens de sua sinhá, ao passar na sala Leonardo se encanta com tal beleza da escrava que por um momento vive o seu dia de princesa. Antes que ela chegue à cozinha Leonardo vai ao encontro da escrava.
- Onde está Marta?
- Ela está se arrumando para descer sinhozinho Leonardo.
- Você ficou muito bem com este vestido.
- Agradecida sinhozinho, agora eu estou indo para a cozinha para ver se Inhá Tonhá precisa de meus serviços.
- Está bem vá Tonhá deve estar muito atarefada.
O capitão Rubens que está no outro lado a cumprimentar alguns parentes vai até ao seu irmão Leonardo.
- E inevitável não perceber os teus olhares para mucama.
- Do que está falando Rubens?
- Do seu interesse pela escrava Ione.
- Porque me tomas com essa prosa meu irmão, tu bem sabes que eu sou odiado pelos escravos dessa fazenda, pois tenho desdém a tal raça.
- Você não me engana com essa conversa Leo, quantas escravas já se deitaram com você.
- Escravos e escravas são para satisfazer nossos desejos seja ele qual for, considero isso como um trabalho extra.
- Tome cuidado Leo o coração avezes prega algumas peças em nossa vida.
- Está me insultando com essa prosa, agora veja Leonardo Ferras de Vasconcelos apaixonado por uma escrava, tenha piedade meu irmão!
- Você não sabe o que a paixão faz a um homem.
- E o meu olhar para mucama te leva a pensar que eu estou apaixonado?
- Ainda não mais tome bastante cuidado Leo.
- Rubens, eu não gosto de negros só porque estão vestidos como branco.
- Ela ficou muito bonita você não acha?
- Está conversa não tem sentido Rubens e coloquemos o ponto final por aqui.
- Sabes que morreria com um segredo teu meu irmão.
- Mais, não há segredo nenhum Rubens!
O sorriso do capitão encabula o irmão que não consegue esconder os olhares de desejo pela bela escrava, logo estão na sala à família Torres, a baronesa Helena e acompanhada por sua filha Laiza que exibe suas belas curvas em um lindo vestido chamando atenção de todos os rapazes solteiros da festa sua beleza e comentário entre eles são inevitáveis.
As chegadas dos padres acontecem paralelas a tal acontecimento que são cumprimentados pelos presentes na festa.
- Sua benção padre Martins.
- Que Deus o nosso Senhor lhe abençoe Rubens.
- Fique a vontade padre sirva-se de uma boa taça de vinho.
- Agradecido meu jovem eu me servirei logo após abençoar a todos que se encontram presente.
O capitão Rubens anuncia a chegada dos padres todos os convidados ficam em silêncio, os padres Martins e Borges levantam suas mãos para o alto em alta voz abençoa a todos, logo após a benção apostólica os convidados voltam a se servir e a conversar.
- Vamos padre Borges eu quero te apresentar há alguns bons fiéis generosos que sempre ajuda a casa de Deus.
Enquanto os padres circulam em meio aos convidados, a família de Lúcia e Pascoal são recepcionadas pelo anfitrião Leonardo.
- Sejam bem vindos.
- Muito agradecido Leonardo.
- Sintam-se a vontade sirva-se conforme queiram.
Muitos dos convidados já estavam presentes, mais nem todos ainda haviam chegado era o caso de Miguel e Maria que era procurado pelo olhares de Rubens e Leonardo ao entrarem doutor e Brás e sua esposa.
- Doutor Brás seja bem vindo.
- Leonardo eu agradeço por toda minha família pelo convite.
- Não agradeça doutor Brás e um prazer e recebe-lo em nossa humilde casa.
- Mais onde está Miguel e Maria?
- Miguel me falou que ia convidar a moça mais bela da cidade para lhe acompanhar a festa Rubens.
- E quem será tal beleza que atrasa meu amigo do prazer de sua presença?
- Foram com essas mesmas palavras que eu lhe falei que meu filho se despediu, mais como vocês dois são amigos de infância não nos surpreenderemos se for à menina Linda.
- Paixão de infância doutor Brás.
- Quanto a minha filha Maria está vindo junto com Hermes, o meu cavalo foi mais rápido do que o cavalo de Hermes.
- Mais como e lerdo!
- Hermes ou o cavalo?
- O cavalo doutor Brás.
- Mais agora me deixe cumprimentar o meu amigo Barão.
- Fique a vontade doutor Brás sinta-se em casa.
Miguel segue em direção à cidade encontra se próximo à casa de Linda, em pouco tempo Miguel está à frente da casa do senhor Antônio, ele desce de sua charrete e chama em alta voz o nome do dono da casa.
- Senhor Antônio.
- Miguel o que faz por aqui? Fiquei a pouco sabendo que havia retornado.
- Bem estou de volta agora formado e espero não sair mais de Resende.
- Mais que bons ventos lhe trazem aqui, hoje tem uma festa na fazenda Meriza você não irá prestigiar a filha do Barão?
- Desculpe-me tirar o senhor de seu descanso, eu sei da festa e fui convidado, e por este motivo estou aqui, eu vim convidar Linda para ir a minha companhia.
- Não sei se ela vai aceitar o convite Miguel, mais mesmo assim entre e tome um café conosco.
- Agradecido senhor Antônio.
O rapaz entra para sala e logo avista Linda e sua mãe que se admiram ao vê-lo, Lindolfo ajeita a gravata e encera a bota, mais para de se arrumar quando vê Miguel.
- Miguel, quanto tempo!
- Sim dona Alma faz bastante tempo para eu ser exato uns quatro anos.
- Mais o que lhe traz aqui há essa hora?
- Com o respeito que eu tenho por sua família eu vim convidar Linda para me acompanhar até a festa de Marta, isso com sua permissão seu Antônio.
- E têm Miguel basta agora que ela aceite.
- Eu! Mais...
- Não me faça esta desfeita Linda será um grande prazer se aceitar o meu convite.
- Mais eu não posso ir à festa eu nem tenho vestido adequado.
- Minha filha eu tomei a liberdade e fiz um belo vestido para está noite você estava tão indecisa quanto à festa poderia mudar de ideia a qualquer momento.
- Então não a porque não aceitar o convite de Miguel, vá se arrumar enquanto Miguel nos acompanha em um café.
- Miguel veio de charrete?
- Sim Lindolfo.
- Então eu vou seguir na frente meu cavalo já está selado nos encontraremos lá na fazenda Meriza.
A conversa se estende enquanto Linda se arruma para festa e não muito longe dali Zâmbia prepara o cavalo que irá usar em sua visita a fazenda Meriza.
Na fazenda Meriza muitos outros convidados já aguardam na sala a aniversariante, Hermes, Maria, Joana e dona Augusta já estão presente à festa.
Agora e vez de Leonardo ir ao encontro do Capitão Rubens sempre muito educado cumprimentando a todos se aproveita de um espaço e logo está ao lado de seu irmão.
- Bem Rubens eu vejo que não só eu que tenho olhares suspeitos.
- Do que está falando meu irmão?
- Seu olhar para Maria, o denuncia, mais tome cuidado meu irmão, pois a moça está acompanhada.
- Desconheço sua companhia e não mentirei o meu interesse pela bela Maria.
Mais olhares por olhares que tal os olhares de Virginia?
- Você está vendo de mais meu irmão, agora me de licença eu vou falar com papai.
- Vá meu irmão.
A música toma conta do ambiente os casais dançam contentes, alguns se fartam com a boa comida que servida, outros fazem contatos e forma aliança, a alta sociedade Resendense em uma reunião discreta no canto da sala traçando o destino da cidade.
Logo a musica para e todos que estão a conversar se calam para entrada de Marta, bela em um vestido vermelho e um belo colar ao pescoço, encanta até o filho do barão Torres que não esconde o seu contentamento e se ver noivo de uma moça tão bonita, todos vão ao seu encontro presente e felicitações são dadas pelos convidados após isso o jovem Pedro a convida Marta para uma dança.
O casal baila pelo salão, eles são acompanhados pelos de mais casais, Hermes com Maria, Pascoal com Lucia, Leonardo com Virginia e até o Barão Manolo se aventura a adr um passo com a baronesa Rosa à noite e só felicidade.
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